São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2004

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Canais não vão mudar para SP, diz a Anatel

DA REDAÇÃO

Superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Apkar Minassian afirma que os testes na avenida Paulista não servirão para justificar a migração definitiva de outorgas de cidades da Grande SP para a capital. "Não estamos fazendo testes para viabilizar esses canais. Os testes visam a melhoria do espectro e a migração para a TV digital", diz. "Quando acabarem os testes, esses canais têm de voltar para seus lugares."
Minassian salienta ainda que não compete à Anatel a autorização definitiva para um canal mudar de cidade. Essa competência é do Ministério das Comunicações.
Segundo o superintendente, os testes de filtro serão úteis durante a transição da TV analógica para a digital. Nesse período, numa cidade como São Paulo, praticamente todo o espectro (que vai do canal 2 ao 59) será usado. Não haverá intervalos entre canais. Canais digitais ficarão ao lado de analógicos. Os filtros que estão sendo testados, segundo a Anatel, permitirão, por exemplo, que o canal 7 (analógico) opere ao lado de um digital, o 8, sem interferências.
Minassian diz que há necessidade de viabilizar mais canais em cidades como São Paulo, onde não há canais digitais para todas as emissoras analógicas.
Ele afirma que os eventuais novos canais serão usados para transmissões digitais.
O superintendente afirma que os testes capitaneados pela Anatel são sérios. A empresa contratou o renomado CPqD, laboratório que participou das análises de padrões de TV digital patrocinadas pelas grandes redes.
Minassian diz que os canais 51, 52, 57, 58 e 59 foram usados para os testes porque estavam se instalando e são seqüenciais. A RF entrou no processo porque se prontificou a tal. "Foram os canais que pediram para fazer os testes. Nós entramos de carona", afirma.
O superintendente diz ainda que o processo é "transparente". Até o final do ano, os resultados dos testes serão divulgados em uma consulta pública. Só depois será dada nova autorização para testes de campo.
Jakson Sosa, diretor executivo do grupo RF, diz que não é detentora da patente da tecnologia dos filtros que está testando. "É um produto aberto, à disposição de qualquer fabricante", diz. Mas admite privilégio: "Quem sai na frente obviamente terá vantagem no mercado", afirma.
A RF, que faturou R$ 12 milhões em 2003 e prevê atingir R$ 17 milhões neste ano, diz que investiu quase R$ 3 milhões nos testes.
Segundo Sosa, os resultados dos testes são animadores. "O sistema digital não funcionará se não for resolvido o problema da interferência entre canais." Sosa e Minassian contestam as afirmações de que o correto, tecnicamente, seria os canais em teste transmitirem barras de cores, e não programação comercial. (DC)


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