São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2004

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CINEMA

Imortalizada na cena do assassinato no chuveiro em "Psicose", de Alfred Hitchcock, lutava contra doença há um ano

Atriz Janet Leigh morre aos 77 nos EUA

Divulgação
Janet Leigh em "Psicose", dirigido por Alfred Hitchcock


DA REDAÇÃO

A atriz norte-americana Janet Leigh, estrela do clássico "Psicose", de Alfred Hitchcock, morreu na tarde de anteontem em sua casa em Beverly Hills, nos Estados Unidos, aos 77 anos, vítima de vasculite, inflamação nas vias circulatórias. Há um ano ela lutava contra a doença.
O marido de Leigh, Robert Brand, e suas filhas Kelly Curtis e a também atriz Jamie Lee Curtis estavam com ela quando morreu, segundo Heidi Schaeffer, porta-voz de Lee Curtis.
Leigh teve uma longa e diversificada carreira cinematográfica, que incluiu papéis importantes em filmes como "A Marca da Maldade" (1958), de Orson Welles, e "Sob o Domínio do Mal" (1962), de John Frankenheimer.
Mas o grande destaque de sua carreira é "Psicose" (1960), filme em que sua personagem Marion Crane é assassinada em uma cena clássica, que deixou a imagem da atriz gravada na memória de todo o público. O papel rendeu a Leigh a indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.
Hitchcock gravou a seqüência do chuveiro de 70 formas diferentes, cada uma delas com dois a três segundos, por isso Leigh passou sete dias no banho.
Na época, circulavam rumores de que a atriz estava nua durante as filmagens, mas ela estava usando uma roupa cor da pele. Embora leve para os padrões atuais, a cena era chocante para a época por conta de sua brutalidade.
Leigh conta em seu livro "Psycho: Behind the Scenes in the Classic Thriller" (Psicose: Por Trás das Câmeras no Suspense Clássico, de 95) que foi fácil fazer a cena até os últimos 20 segundos, quando ela teve que expressar horror total, pois sua personagem começava a ser retalhada.
A atriz dizia também que depois do filme muitas vezes não conseguia tomar banho. "Não é exagero, não é algo que eu pense que seja um bom marketing", insistia ela. "Por Deus, é verdade."
Jeanette Helen Morrison nasceu em Merced, na Califórnia, no dia 6 de julho de 1927. Ela ainda era estudante quando a estrela aposentada Norma Shearer viu uma fotografia dela em uma estação de esqui. Shearer recomendou a adolescente à agente de talentos Lew Wasserman, que negociou o contrato da estreante na MGM, a US$ 50 por semana.

Primeiro filme
Em 1947, já batizada como Janet Leigh, aos 19 anos, a atriz estrelou seu primeiro filme, "Reconciliação" (1947), dirigido por Roy Rowland, no qual interpretava a ingênua Lissy Anne MacBean, contracenando com Van Johnson. O salário dela subiu para US$ 150 por semana, tornando-se uma das estrelas mais requisitadas da MGM. Só em 1949 atuou em seis filmes.
Entre seus filmes, estão "Quatro Irmãs" (1949), de Marvyn LeRoy, a primeira versão a ser filmada do livro "Mulherzinhas", "Duas Vidas se Encontram" (1949), de Don Hartman, "Será Pecado?" (1951), de Melvin Frank, "O Preço de um Homem" (1952), de Anthony Mann, "Living It Up" (1954), de Norman Taurog, "Jet Pilot" (1957), e "Adeus, Amor" (1963), de George Sidney.
Janet Leigh casou-se duas vezes antes de ir para Hollywood: com John K. Carlyle, em 1942, e com Stanley Reames, com quem ficou entre 1946 e 1948. Em 1951 casou-se com o ator Tony Curtis. O casal trabalhou junto em produções como "Houdini, Vikings - Os Conquistadores" e "Who Was That Lady?" e era um dos alvos preferidos das revistas de celebridades. Divorciaram-se em 1963. Leigh se casou com Robert Brand em 1964.
Nos anos 80, sua carreira se resume a alguns papéis em filmes para a TV. Em 1998, reaparece ao lado de sua filha Jamie na seqüência comemorativa da série de terror "Halloween", "Halloween H20 - 20 Anos Depois".

Com agências internacionais


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