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Fitas reúnem intimidade do músico e piadas
DE SÃO PAULO
Um dos primeiros americanos a ter um gravador
de fitas depois da Segunda
Guerra, Louis Armstrong
(1901-1971) registrava a si
mesmo "contando piadas", "divertindo-se com
os amigos", "relembrando
o passado", discutindo
com a mulher "em qualquer quarto de hotel".
Terry Teachout foi o único biógrafo, até agora, a ter
acesso aos 650 rolos de fita
que o artista deixou. "São
tão íntimas e reveladoras
que gradualmente passei a
sentir como se o conhecesse", diz o autor à Folha.
Se o tivesse conhecido,
porém, fuçaria detalhes
sobre o seu relacionamento com o agente Joe Glaser,
homem que fez de Armstrong uma estrela. "Glaser
estava intimamente ligado
ao crime organizado em
Chicago, trabalhou para o
Al Capone e não sabemos
ao certo o quanto Armstrong sabia sobre ele. Isso
é algo que eu gostaria de
saber muito mais."
Para Teachout, o trompetista, admirado por figuras do calibre de Pollock,
Renoir e Le Corbusier, "era
um gênio amável".
"Fiquei fascinado pelo
fato de que ele era tão fundamentalmente alegre e
otimista, mesmo tendo
nascido em meio à pobreza e lutado desesperadamente."
(LF)
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