DA REDAÇÃO

Por trás dos bastidores do Tim Festival, esconde-se um misterioso mundo de toalhinhas brancas, muitas bebidas e um contêiner marítimo. Na parte técnica, não há quem supere o Kraftwerk. "É a única banda com quem estamos dedicando um dia inteiro", diz o diretor de produção técnica do festival, Maurice Hughes, 55. "Trabalho há 30 anos no ramo, e nunca um artista exigiu tanto tempo para montar um palco."
O volume de equipamento também impressiona -eles precisaram de um contêiner marítimo inteiro para trazer toda a sua parafernália. "Hoje, eles precisam apenas de quatro laptops para produzir a música; mas isso não quer dizer que eles trarão poucos equipamentos."
Quem também chega carregado é a dupla Pet Shop Boys, com 3.500 quilos de material. "Na última vez em que trabalhei com eles, usaram um projetor de cinema."
Se o Tim Festival prima por trazer artistas criativos, no que diz respeito às listas de exigências, predomina o feijão com arroz. Brian Wilson, por exemplo, promete suar bastante, a julgar pelas 108 toalhas brancas que pediu à produção, segundo a assessoria de imprensa do evento.
PJ Harvey encontrou outra maneira para fugir do calor: pediu que seu camarim seja equipado apenas com ventiladores, e não ar-condicionado -a idéia é proteger suas cordas vocais- além de solicitar 24 garrafas de água mineral e latas de cerveja, duas garrafas de vinho tinto e branco, e sucos variados.
Preocupações politicamente corretas sempre pegam bem, e PJ ainda proibiu o consumo de cigarros durante seu show. No mesmo espírito, Wilson proibiu que material descartável de plástico seja usado para sua produção.
Há também a turma light e a turma trash. Bebel Gilberto faz a linha saudável, e pediu salada verde, cenouras, pão integral e suco de laranja, e uma decoração com flores e velas. Na contramão, o Libertines pediu 50 pizzas; o Kinky, pizzas pepperoni tamanho gigante com queijo extra. Já o Primal Scream é fascinado pelo Maracanã, e pretende assistir ao jogo Fluminense x Atlético Paranaense.
(BRUNO YUTAKA SAITO)


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