São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DVD/CRÍTICA

Filme resume o universo de Luchino Visconti

TIAGO MATA MACHADO
CRÍTICO DA FOLHA

"Sou um realista no sentido mais alto da palavra, sou um realista da alma humana": Luchino Visconti bem que poderia ter se servido dessa resposta de Dostoiévski para contra-atacar aqueles que o criticaram, quando do lançamento de "Noites Brancas", por se afastar do neo-realismo.
Por longa data, esta foi considerada uma de suas obras menores. Hoje, o adjetivo só se aplica se nos restringirmos às dimensões da produção. De resto, essa espécie de peça de câmara pode ser vista como síntese de seu estetismo visionário.
Na (ir)realidade de "Noites Brancas" encontramos a plena expressão desse universo viscontiano em que meios e objetos tendem a formar uma realidade autônoma e o belo a constituir uma espécie de quarta dimensão da imagem.
Aqui, Visconti se deixou atrair pelo contraste entre a irrealidade dos encontros noturnos entre Marcello Mastroianni e Maria Schell e a realidade (o despertar desagradável) dos seus dias.


Noites Brancas
    
Produção: França/Itália, 1957
Distribuidora: Versátil



Texto Anterior: Teatro: Débora Falabella faz estréia em palcos
Próximo Texto: "Língua: Vidas em Português": Documentário faz tributo ao idioma português
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.