DA REPORTAGEM LOCAL

"Cantando Histórias", de Ivan Lins, foi escolhido o álbum do ano na sexta edição do Grammy Latino, ocorrida anteontem no Shrine Auditorium (o mesmo do Emmy), em Los Angeles, nos EUA. Foi a primeira vez que um artista brasileiro saiu-se ganhador na principal categoria do prêmio.
Lins concorria com o porto-riquenho Obie Bermúdez, a espanhola Bebe, o argentino Diego Torres e os mexicanos Intocable.
Ao receber o prêmio, o pianista e cantor agradeceu familiares e a Academia Latina de Ciências e Artes da Gravação. O músico carioca, nascido em 1945, disse ainda esperar que "a música siga contribuindo para a união das pessoas e dos povos".
O espanhol Alejandro Sanz e o roqueiro colombiano Juanes foram outros grandes ganhadores da noite. Juanes saiu com três troféus, incluindo melhor disco de rock ("Mi Sangre"), aumentando sua coleção para 12. Já Sanz levou em duas categorias, melhor gravação e melhor música (com "Tú No Tienes Alma").
O reggaeton, gênero primo do rap e do reggae que explodiu nas rádios do mundo neste ano, teve em Daddy Yankee seu representante na festa. Yankee, com seu "Barrio Fino", ganhou na categoria álbum de música urbana.
Esta sexta edição da premiação ficará marcada por ter sido a primeira que teve o espanhol como língua. A transmissão foi feita pelo canal a cabo Univision, a principal rede voltada para os latinos nos EUA. A iniciativa foi comemorada por quem estava presente. "O Grammy Latino encontrou uma casa", saudou o apresentador Eduardo Santamarina.
A cerimônia teve ainda suas idiossincrasias. Na categoria melhor álbum de cantora pop, as apostas estavam com a revelação espanhola Bebe. Mas a ganhadora foi Laura Pausini, com "Escucha". Pausini é italiana.
Nas categorias exclusivas de brasileiros, ganharam, entre outros, Charlie Brown Jr. (disco de rock), Martinho da Vila (samba/ pagode) e Lenine (pop).


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