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DESENHO
Humor de "South Park" começa a envelhecer
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando estrearam na TV, em
1997, os quatro garotos de South
Park levaram o humor negro, o
politicamente incorreto e o bizarro a níveis inéditos em termos de
desenhos animados. Os Simpsons, Beavis e Butthead e mesmo
clássicos como o Pica-Pau, todos
marcos de seus tempos pelo humor, ficaram mais infantis, em
comparação. Stan, Eric, Kyle e
Kenny eram a nova sensação.
Hoje, quando a nona temporada estréia no Brasil (às 22h, no
Multishow), é nítido que o humor
dos garotos e de seus vizinhos e
parentes amalucados começa a
envelhecer. A enxurrada de palavrões, as piadas de banheiro, as
pauladas em judeus, gays, políticos, a morte de Kenny (que, depois de inicialmente morrer a cada episódio, morreu de vez e foi
ressuscitado mais tarde) tudo
continua aqui, como antes. E é
exatamente por isso que o impacto inicial do desenho se diluiu.
Isso sem falar na concorrência,
que apresentou novas idéias desde então, seja na linha de um humor mais indie, como o de "Mission Hill", seja na mesma linha
politicamente incorreta, como no
"reality show" de super-heróis
chamado "Drawn Together".
Não que "South Park" tenha
perdido toda a graça ou a capacidade de chocar. No primeiro episódio da nona temporada, por
exemplo, o professor gay dos garotos, sr. Garrison, passa por uma
cirurgia para trocar de sexo.
Além de lançar moda -o pai de
Kyle, por exemplo, passa por uma
cirurgia para virar um golfinho-
, sr. Garrison terá atritos com seu
parceiro, sr. Slave (sr. Escravo).
"Ainda sou eu, só que agora tenho
uma vagina", explica sr. Garrison.
"Mas eu sou gay, não gosto de vaginas", raciocina sr. Slave. Nesses
momentos, o desenho ainda se
justifica como atração.
South Park - Nona temporada
Quando: hoje, às 22h, no Multishow
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