São Paulo, sábado, 05 de novembro de 2005

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DESENHO

Humor de "South Park" começa a envelhecer

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando estrearam na TV, em 1997, os quatro garotos de South Park levaram o humor negro, o politicamente incorreto e o bizarro a níveis inéditos em termos de desenhos animados. Os Simpsons, Beavis e Butthead e mesmo clássicos como o Pica-Pau, todos marcos de seus tempos pelo humor, ficaram mais infantis, em comparação. Stan, Eric, Kyle e Kenny eram a nova sensação.
Hoje, quando a nona temporada estréia no Brasil (às 22h, no Multishow), é nítido que o humor dos garotos e de seus vizinhos e parentes amalucados começa a envelhecer. A enxurrada de palavrões, as piadas de banheiro, as pauladas em judeus, gays, políticos, a morte de Kenny (que, depois de inicialmente morrer a cada episódio, morreu de vez e foi ressuscitado mais tarde) tudo continua aqui, como antes. E é exatamente por isso que o impacto inicial do desenho se diluiu.
Isso sem falar na concorrência, que apresentou novas idéias desde então, seja na linha de um humor mais indie, como o de "Mission Hill", seja na mesma linha politicamente incorreta, como no "reality show" de super-heróis chamado "Drawn Together".
Não que "South Park" tenha perdido toda a graça ou a capacidade de chocar. No primeiro episódio da nona temporada, por exemplo, o professor gay dos garotos, sr. Garrison, passa por uma cirurgia para trocar de sexo.
Além de lançar moda -o pai de Kyle, por exemplo, passa por uma cirurgia para virar um golfinho- , sr. Garrison terá atritos com seu parceiro, sr. Slave (sr. Escravo). "Ainda sou eu, só que agora tenho uma vagina", explica sr. Garrison. "Mas eu sou gay, não gosto de vaginas", raciocina sr. Slave. Nesses momentos, o desenho ainda se justifica como atração.

South Park - Nona temporada
Quando: hoje, às 22h, no Multishow

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