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Análise
Carrey se arrisca em papéis diversos
ANDRÉ BARCINSKI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se existe uma qualidade que
Jim Carrey herdou de seu ídolo, Jerry Lewis, é a coragem de
arriscar. Fazer comédia, bem
sabia Lewis, é como acrobacia
sem rede de proteção: quando
dá certo, é uma maravilha;
quando falha, não tem perdão.
Carrey é um desenho animado em forma de gente, um palhaço anfetaminado, capaz de
contorcionismos tão prodigiosos quanto exagerados.
Esse exagero marcou negativamente o início de sua carreira, quando fez abacaxis como
"Ace Ventura". Mas hoje, depois de se aventurar em "O
Mundo de Andy" (Milos Forman) e "Brilho Eterno de uma
Mente sem Lembranças" (Michel Gondry), Carrey já provou
que é mais que um simples rostinho de borracha.
Com as caretas de um Jerry
Lewis, a habilidade física de um
John Cleese e, nos últimos
anos, uma persona de "homem
comum" herdada do ídolo James Stewart, Carrey é um comediante completo. E nenhum
de seus contemporâneos
-Chris Rock, Adam Sandler,
Ben Stiller, Martin Lawrence-
se arrisca tanto em papéis "diferentes" quanto ele. Palmas
pro homem, que ele merece.
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