São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011

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CRÍTICA RESTAURANTE

La Ventana conserva clima de bairro

Restaurante opera com cardápio de cortes argentinos e miúdos tão prezados pelos portenhos

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Depois de uma recente reforma, a parrilla La Ventana ficou mais imponente. Não é grande, mas tem uma área confortável na entrada que fica envidraçada na esquina e agora uma área aconchegante, de meia-luz, em torno da bela adega transparente e climatizada.
Foi um crescimento lento e duradouro, que firma o lugar como um desses restaurantes de bairro que não justificariam a viagem para quem mora em outros locais da cidade, mas que é um conforto ter por perto.
E note que ele fica em Moema, não no miolo frenético de bares e restaurantes, mas, em todo caso, no bairro que é um dos polos gastronômicos da cidade. Pois mesmo em regiões assim é gostoso ter um ponto que tem ares locais.
Sua história, que vai completar 12 anos, mostra tudo. Começou como uma lanchonete, aberta perto de sua casa pelo cearense Ivanildo Silva Araújo, 40.
Sem formação profissional na área, ele trabalhou desde cedo no salão e na cozinha de casas de carnes, como as do grupo Rubaiyat.
Em 1999, Araújo deixou de ser empregado e abriu a lanchonete com um sócio. Alguns anos depois, tornou-se único dono e transformou a lanchonete em galeteria. Há seis anos, transformou o restaurante numa parrilla de cortes argentinos.
Com a reforma, a casa ganhou um ambiente mais acolhedor e a adega para 800 garrafas, dominadas por bons rótulos argentinos (mas não só). Nada mau para um restaurante de bairro -que serve os clientes com belas taças de cristal austríaco.
Ainda que cearense, Araújo levou a sério sua proposta de parrilla, provendo o cardápio do restaurante de cortes e um serviço nos moldes argentinos. Tanto que não se limita a servir os cortes tradicionais de carnes, mas também os miúdos tão prezados pelos portenhos.
Assim, não falta ao cardápio a enorme parrillada, composta por chinchulines (intestino -às vezes falta), molleja (timo), morcilla (de sangue), linguiça e ainda assado de tira, fraldinha, bife ancho, bife de chorizo e picanha -e com direito a três acompanhamentos.
Na verdade não é a melhor forma de pedir a carne, uma vez que cada corte requer um tempo diferente de grelha e a casa nem sempre consegue coordená-los. Pode ser melhor pedir miúdos como entrada e os cortes individuais.
Às vezes, vêm certeiros -o master beef (contrafilé com osso) saboroso e exatamente no ponto pedido. Às vezes, não -um baby-beef (miolo da alcatra) salgado e no ponto oposto ao do anunciado.
Mas, na média, há mais acertos do que erros. E uma escolha variada -o assado de tira (costela com osso), o t-bone, a picanha de cordeiro, sempre dando direito a acompanhamentos que podem ter sabor mais brasileiro, como arroz de carreteiro, mandioca frita e farofa de carne-seca.
Para quem, na mesa, quer escapar das carnes, há ainda uma variedade de pratos típicos dos antigos restaurantes da esquina (galeto na brasa, peixes, massas com vários molhos, camarão à grega).
Sem falar numa parrillada somente de legumes...

josimar@basilico.com.br

LA VENTANA PARRILLA

ENDEREÇO r. Tuim, 61, Moema, tel. 0/xx/11/5051-8237
FUNCIONAMENTO de seg.a sex., das 11h30 às 16h e das 19h à 0h; sáb. e dom., das 12h à 0h
AMBIENTE depois da reforma, ganhou um ar mais romântico na área central, junto à grande adega
SERVIÇO atencioso, flui bem
VINHOS boa seleção de argentinos, bem guardados e servidos em boas taças
CARTÕES A, D, M e V
ESTACIONAMENTO R$ 12 PREÇOS entradas e saladas, de R$ 4 a R$ 30; pratos, de R$ 25 a R$ 280 (para cinco pessoas); guarnições, de R$ 11 a R$ 17; sobremesas, de R$ 6 a R$ 12,90


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