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Só Cardoso brilha em 'Noite'
do enviado especial
"Noite de Reis", num teatro carioca tomado pela televisão, é uma
constelação: Pedro Cardoso, Renata Sorrah, Daniel Dantas, Cláudia Abreu, Tonico Pereira.
Com figurino "de época" e cenário que reporta ao teatro elizabetano, é uma montagem correta,
mas que se arrasta parte do tempo.
Uma comédia de erros (no desencontro dos gêmeos), ainda que
mais complexa, "madura", pedia
atuação mais afeita ao humor.
Ótimos atores como Renata Sorrah e Daniel Dantas compõem
com cuidado seus papéis, mas
desperdiçam os estímulos cômicos do texto. Mais frustrantes são
dois personagens que concentram
a graça, o espírito da peça.
O primeiro, Feste, é como um
mestre de cerimônias, e Tonico
Pereira dissemina melancolia,
além de esbarrar no teatro infantil.
E Viola é o centro das confusões,
travestida, mas Cláudia Abreu fica
a dever em ironia. Tem graça, mas
no tipo juvenil, esvoaçante.
Resta Malvólio, o malvado. Pedro Cardoso, comediante maior,
ilumina a cena, com pouco texto.
Faz pausas, sublinha palavras, esgoela e vai fazendo rir.
Na cena da espreita, a mais famosa, quando é enganado com
uma carta falsa de amor, explora
com maestria as mãos, os esgares,
os rebolados.
(NS)
Peça: Noite de Reis
Direção: Amir Haddad
Quando: qui. a dom., às 19h30
Onde: Teatro Carlos Gomes (pça.
Tiradentes, s/n, Rio de Janeiro, tel.
021/242-7091)
Quanto: R$ 10 e R$ 15 (sáb)
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