São Paulo, sexta, 6 de fevereiro de 1998

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Gratien traz seleção irregular ao Brasil

JORGE CARRARA
especial para a Folha

Envoltos numa áurea de qualidade, alicerçada por uma pequena produção artesanal, os champanhes da Alfred Gratien chegam ao Brasil trazidos pela Vinum.
Criada por Alfred Gratien em 1864, a casa continua uma firma familiar, pilotada por Eric Seydoux e seus filhos, Alain e Gérard.
Longe das grandes marcas da região (como a Moet Chandon), que elaboram milhões de garrafas por ano, a Gratien produz no mesmo período pouco mais de 150 mil.
O mosto é vinificado em pequenos barris de carvalho (e não em grandes tanques de inox, como nas cantinas modernas), método tradicional que dá à bebida melhor estrutura, mas que foi abandonado por ser caro e trabalhoso.
Do elenco trazido pela Vinum, o melhor é o Brut 89, de cor dourada clara, bolhas finas -que lhe dão uma boa cremosidade- e paladar atraente, frutado, temperado com toques de cedro e pão fresco (87/100, US$ 78).
Butique gaulesa
O restante dos exemplares está muito aquém do renome da Gratien. O Paradise, top da firma, tem uma textura muito agradável, aroma e sabor fino e elegante, mas carece da intensidade e persistência que normalmente caracterizam as "cuvées préstige" das boas casas francesas. (84/100, US$ 110).
A versão Rosé do Paradise tem mais estrutura, mas perde um pouco na complexidade, ficando no mesmo patamar (84/100, US$ 110). O Brut tem performance ainda mais discreta, especialmente na boca. O seu paladar -marcado pela acidez, um tanto diluído e ralo- dá a impressão que a pequena butique gaulesa, no embalo da fama e da demanda, decidiu esticar, com vinhos menos consistentes, a sua (tão divulgada) minúscula produção (79/100, US$ 49).
Todos os champanhes estão à venda na Vinum (r. Henrique Martins, 644, tel. 011/887-7033).



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