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Nos EUA, "Desperate" é vista por 15 milhões
Série beirou os 25 milhões de espectadores na primeira temporada
Sobre a queda no Ibope no 3º ano, Teri Hatcher, a Susan dos EUA, diz que o criador, Marc Cherry, sente que "o barco foi tomado dele"
DA REPORTAGEM LOCAL
Na Wisteria Lane original, a
aflição já não é atributo exclusivo das protagonistas de "Desperate Housewives": os produtores da série norte-americana
andam às voltas com a vertiginosa queda de audiência.
Na primeira temporada, cuja
adaptação estréia na Rede TV!
em agosto, 25 milhões de espectadores acompanhavam semanalmente a trama. À época
(2004/2005), a série conquistou o Globo de Ouro e recebeu
15 indicações ao Emmy (o Oscar da TV ianque).
Agora, na reta final do terceiro ano (que termina no próximo dia 20), o programa registrou, no fim de abril, os dois índices mais baixos desde sua estréia: cerca de 15,5 milhões de
espectadores.
Em outubro do ano passado,
em franca recuperação depois
de uma segunda temporada
fraca, "Desperate" era um dos
três programas mais assistidos
nos EUA. No Brasil, mantém
essa posição no ranking do canal pago Sony; na Rede TV!, onde é veiculada domingo à noite,
é sintonizada por 108 mil domicílios da Grande São Paulo.
Hoje, as picardias das pós-balzaquianas (categoria na qual
só não cai Gabrielle) amargam
nono lugar no ibope americano, apesar de ainda serem líderes em seu horário de exibição.
No ano 2, foi a partir da entrada de uma família sem qualquer ligação com o quinteto
principal que as donzelas agoniadas começaram a perder fôlego. Os roteiristas não conseguiram integrar o novo núcleo
à trama pregressa, e o resultado
foi uma rejeição generalizada.
Em entrevista à imprensa internacional da qual a Folha
participou, no fim de 2006, em
Los Angeles, Teri Hatcher, que
interpreta Susan, tentou explicar a queda de audiência. "O
que vejo é que Marc [Cherry,
criador da série] sentiu que o
barco havia sido tomado dele,
que havia perdido o controle
sobre a história." Talvez vendo
que o tal barco poderia ir a pique antes do imaginado, ela já
se oferecia para estrelar um
"spin off" (série derivada) ao
lado de Nicolette Sheridan, a
intérprete de Edie, notória desafeta de sua Susan. "Poderia
haver algo contra o que elas lutariam juntas", arriscava.
Já Felicity Huffman, vencedora de um Emmy por sua
Lynette, preferiu ficar a bordo
do navio da memória. "Quando
fui fazer o teste para a personagem, apresentei-me como uma
mãe durona. Queria um papel
que remetesse à loucura, à angústia da maternidade."
Pois ela poderá encenar toda
a insanidade nos episódios que
o público brasileiro verá em
breve, quando o marido abrirá
uma pizzaria na vizinhança e
um dos pizzaiolos dividirá a
atenção entre a massa e a mulher do chefe. Em outras frentes da história, um certo filho
chegará a Wisteria Lane e uma
gravidez (não tardia; tire daí
suas conclusões) será anunciada.
(LUCAS NEVES)
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