São Paulo, domingo, 06 de maio de 2007

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Nos EUA, "Desperate" é vista por 15 milhões

Série beirou os 25 milhões de espectadores na primeira temporada

Sobre a queda no Ibope no 3º ano, Teri Hatcher, a Susan dos EUA, diz que o criador, Marc Cherry, sente que "o barco foi tomado dele"

DA REPORTAGEM LOCAL

Na Wisteria Lane original, a aflição já não é atributo exclusivo das protagonistas de "Desperate Housewives": os produtores da série norte-americana andam às voltas com a vertiginosa queda de audiência.
Na primeira temporada, cuja adaptação estréia na Rede TV! em agosto, 25 milhões de espectadores acompanhavam semanalmente a trama. À época (2004/2005), a série conquistou o Globo de Ouro e recebeu 15 indicações ao Emmy (o Oscar da TV ianque).
Agora, na reta final do terceiro ano (que termina no próximo dia 20), o programa registrou, no fim de abril, os dois índices mais baixos desde sua estréia: cerca de 15,5 milhões de espectadores.
Em outubro do ano passado, em franca recuperação depois de uma segunda temporada fraca, "Desperate" era um dos três programas mais assistidos nos EUA. No Brasil, mantém essa posição no ranking do canal pago Sony; na Rede TV!, onde é veiculada domingo à noite, é sintonizada por 108 mil domicílios da Grande São Paulo.
Hoje, as picardias das pós-balzaquianas (categoria na qual só não cai Gabrielle) amargam nono lugar no ibope americano, apesar de ainda serem líderes em seu horário de exibição.
No ano 2, foi a partir da entrada de uma família sem qualquer ligação com o quinteto principal que as donzelas agoniadas começaram a perder fôlego. Os roteiristas não conseguiram integrar o novo núcleo à trama pregressa, e o resultado foi uma rejeição generalizada.
Em entrevista à imprensa internacional da qual a Folha participou, no fim de 2006, em Los Angeles, Teri Hatcher, que interpreta Susan, tentou explicar a queda de audiência. "O que vejo é que Marc [Cherry, criador da série] sentiu que o barco havia sido tomado dele, que havia perdido o controle sobre a história." Talvez vendo que o tal barco poderia ir a pique antes do imaginado, ela já se oferecia para estrelar um "spin off" (série derivada) ao lado de Nicolette Sheridan, a intérprete de Edie, notória desafeta de sua Susan. "Poderia haver algo contra o que elas lutariam juntas", arriscava.
Já Felicity Huffman, vencedora de um Emmy por sua Lynette, preferiu ficar a bordo do navio da memória. "Quando fui fazer o teste para a personagem, apresentei-me como uma mãe durona. Queria um papel que remetesse à loucura, à angústia da maternidade."
Pois ela poderá encenar toda a insanidade nos episódios que o público brasileiro verá em breve, quando o marido abrirá uma pizzaria na vizinhança e um dos pizzaiolos dividirá a atenção entre a massa e a mulher do chefe. Em outras frentes da história, um certo filho chegará a Wisteria Lane e uma gravidez (não tardia; tire daí suas conclusões) será anunciada. (LUCAS NEVES)


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