|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VANESSA VÊ TV
VANESSA BARBARA - vanessa.barbara@uol.com.br
Este ainda não é o meu cachecol
ÁLVARO GARNERO, 42 anos, apresentador e multimilionário, já apareceu em rede nacional untado em
óleo de oliva e vestindo calça de couro, durante uma luta turca.
Já cavalgou no mar da Jamaica,
socializou com velhos berberes do
monte Atlas, comeu frutas secas em
Damasco, tomou banho com elefantes na Malásia, andou de quadriciclo e pagou os maiores micos vistos
na televisão brasileira, sem ligar a
mínima.
No sábado passado, foi ao ar o último episódio desta temporada de
"50 por 1" (Record), inteiramente
dedicada a viagens pelo Brasil. Foi
quando o carismático e alaranjado
Álvaro Garnero mostrou-se em sua
melhor forma, interagindo com o
povo simples e sorrindo mais do que
permitia a força humana.
Em São Paulo, aprendeu a rolar
de uma escada e ateou fogo no próprio braço durante um curso para
dublês. Em Alagoas, visitou o peixe-boi Aldo. Em Joinville (SC), vestiu colant e tentou acompanhar uma aula
de balé.
Uma de suas frases mais proferidas nesta temporada: "Você só escuta o pessoal rindo por todos os lados. É um negócio inacreditável".
Tudo isso pontuado pela participação do narrador, Mario Chamie,
poeta e membro da Academia Paulista de Letras. Em "off", ele fornece
dados históricos sobre as localidades, bem como informações gerais e
adendos sarcásticos. A certa altura,
reflete: "Quem não é um eterno iniciante nas grandes lições da vida?".
Corta para Álvaro de cachecol.
No último episódio, em Porto Alegre, o apresentador trocou de adereço cervical três ou quatro vezes. Vestiu coletes modernos e postulou:
"Não existe gaúcho sem cavalo",
numa frase que entrará para a história da atração.
Álvaro dançou o "copérnico", nitidamente confuso entre a dupla de
cantores Hique e Nico, do Tangos &
Tragédias. Emitiu inúmeras vezes
seu famoso bordão: "Mas esta ainda não é a minha Porto Alegre". Bateu com o remo na própria cabeça e
caiu sem querer na água, usando
um maiô azul de corpo inteiro.
Vestiu bombachas. Jogou punhobol e exclamou a clássica: "Gente,
vocês não têm noção", para gáudio
dos telespectadores do programa,
um dos mais involuntariamente divertidos da TV aberta.
Por fim, concluiu: "Observar a
doma de um potro é um aprendizado. Esta é a minha Porto Alegre".
Texto Anterior: Opinião: Ao mexer com nossa alma, Kazuo Ohno sacaneou a morte Próximo Texto: Herivelto Martins é destaque da Coleção Índice
|