THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Há 20 anos, na Olimpíada de Los Angeles, em 1984, a suíça Gabriela Andersen emocionou o planeta ao chegar ao final da maratona se arrastando, com câimbras nas pernas, todo o esforço para ter a recompensa de cruzar a linha de chegada. Foi mais ou menos assim a sensação de completar de cabo a rabo a festa 24 Horas de Tecno, que aconteceu das 16h de sábado às 16h de domingo.
A diferença, claro, é que Andersen estava sendo assistida pelo mundo inteiro, enquanto as únicas "testemunhas" (se é que elas testemunharam algo...) de minha "prova" foram as cerca de 2.000 pessoas que passaram pela fazenda Arujabel, em Arujá, na Grande São Paulo.
E, é bom que se diga, não fui o primeiro a aparecer na festa. Dois estudantes chegaram ali às 13h30 de sábado. Eles desceram na rodoviária de Arujá e caminharam uns oito quilômetros até o local. Carregavam um garrafão de vinho. Ao chegarem à portaria, foram informados que o portão abriria apenas às 16h e que não poderiam entrar com a bebida. Responderam: "Tudo bem, a gente toma antes". E tomaram. Depois, às 19h20, um deles estava sentado, encostado nas caixas de som, dormindo... (Pela manhã o rapaz já estava recuperado e dançava abraçado a uma garota...)
E foi por esse horário, 19h, 19h30, que o público realmente começou a aparecer. Foram 18 os DJs escalados para a festa, e quem tocava naquele momento era Jay C, de Campo Grande (MS). E foi impressionante como o tempo na fazenda oscilou, de um calor enorme à tarde para um frio congelante à noite.
Às 21h, depois de cinco horas, começou a bater um cansaço. Mas à medida que a noite avançava, bons DJs iam tomando conta das pick-ups, e a disposição reaparecia. O paulistano Nisek foi um que surpreendeu, ao contrário do primeiro nome internacional da noite, o alemão Alex Bau, que fez um set apenas razoável.
Renato Lopes, Camilo Rocha e Snoop foram outros que ajudaram bastante a agüentar a "maratona". Mas é preciso destacar o alemão Pascal FEOS e Mau Mau. O primeiro por ter feito o set mais eclético e variado da festa e por ter tocado "Rocker", faixa de Alter Ego que é "a" música do ano; o segundo porque, quando toca tecno puro, fica difícil superá-lo.
Às 16h (em ponto) de domingo, fui embora. A festa ainda não havia acabado, mas as minhas 24 horas foram cumpridas.


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