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São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2003
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DANÇA Companhia ensaia nova coreografia composta por "pas-de-deux" embalados por músicas do cubano Ernesto Lecuona Desejos incorporam nova obra do Corpo
KATIA CALSAVARA ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE "Ninguém consegue passar ileso pelo amor, pelo ciúme. São sentimentos que mexem demais com a vida das pessoas, como praticamente nenhuma outra coisa", diz Rodrigo Pederneiras, 48, coreógrafo do Grupo Corpo. No rastro deixado pelo coração de pelúcia cor-de-rosa de "Santagostin", ele volta a falar de amor e desejo em "Lecuona", espetáculo previsto para estrear em 2004. A trupe mineira estará em São Paulo a partir de amanhã, quando reapresenta "Santagostin" (2002) e "Benguelê" (1998), no teatro Alfa, em São Paulo. Na sexta-feira, no Credicard Hall, a cia. de Déborah Colker reestréia "Rota" (1997) (leia texto nesta página). Mesmo de malas prontas para a turnê nacional- que passará por Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte-, os bailarinos do Corpo estão animados com as montagens do novo balé. "É uma oportunidade de trabalharmos individualmente com ele [Rodrigo Pederneiras], que consegue explorar a nossa personalidade em danças que saem do formato de grupo", diz o bailarino Diogo Lima, 23. Trilha A Folha acompanhou os bastidores do novo espetáculo da companhia. Embalada pelas músicas do pianista cubano Ernesto Lecuona (1895-1963), a obra é composta unicamente por "pas-de-deux", conhecidos como especialidades do coreógrafo, que se apaixonou pelas músicas do cubano nos idos de 1985. "Conheci Lecuona com o jornalista João Cândido Galvão. Nunca mais esqueci essas músicas e as tinha gravadas em uma fita cassete que acabou estragando. Nas minhas andanças pelo mundo com o grupo, fui atrás das gravações. Depois de muito procurar, achei uma coletânea em São Francisco", diz Pederneiras. Desde 92 o Grupo Corpo encomenda suas trilhas a músicos brasileiros e tem no repertório criações de João Bosco, Tom Zé, Arnaldo Antunes, José Miguel Wisnik, entre outros. Dessa vez, as cantorias latinas de amor exacerbado interrompem o formato. A sensualidade é a marca mais forte de "Lecuona". O dançar de corpos colados, no embalo das paixões cantadas em espanhol -quase ao pé do ouvido-, fazem os rodopios, saltos e torções adquirirem caráter visceral. Em 2004, o Corpo será acompanhado pela produtora Lucy Barreto, que prepara documentário sobre o grupo, que comemora 30 anos em 2005. "Vou fazer versão para a TV e também para o cinema", adianta. A jornalista Katia Calsavara viajou a convite do Grupo Corpo GRUPO CORPO. Onde: Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, São Paulo, tel. 0/xx/11/5693-4000). Quando: de qua. a sáb., às 21h, e dom., às 18h; até 17/8. Quanto: de R$ 30 a R$ 60. Patrocinador: Petrobras. Texto Anterior: Marcelo Coelho: A aflição e o fascínio de Eric Rohmer Próximo Texto: Falta de eixo cria sensações em "Rota" Índice |
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