São Paulo, sexta, 6 de novembro de 1998

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FILMES INÁCIO ARAUJO

VIRANDO A MESA
Bandeirantes, 13h. (Kiss Shot). EUA, 1989, 92 min. Direção: Jerry London. Com Whoopi Goldberg, Dennis Franz. Com a hipoteca para vencer e sem emprego, Whoopi descobre que sua habilidade no bilhar pode salvá-la. Whoopi na tradição: salvando comédias fraquinhas. Feito para TV.

HÉRCULES E O CÍRCULO DE FOGO
SBT, 13h45.
(Hercules and the Circle of Fire). EUA, 1994, 91 min. Direção: Doug Lefler. Com Kevin Sorbo, Anthony Quinn e Tawny Kitaen. Era, a rainha dos deuses, rouba a tocha de Prometeu, deus do fogo, e a põe no alto de uma montanha. Hércules vai recuperar a tal tocha, mas tem de ultrapassar um círculo de fogo que tira a imortalidade de quem atravessá-lo. Conseguirá nosso herói?


ESPIÃO POR ENGANO Globo, 15h30.
(Teen Agent). EUA, 1991, 88 min. Direção: William Dear. Com Richard Grieco, Linda Hunt. Estudante que viaja para a França é confundido com agente secreto. Segue-se aventura de espionagem.

A GRANDE ESPERANÇA BRANCA
Bandeirantes, 21h40.
(The Great White Hope). EUA, 1970, 102 min. Direção: Martin Ritt. Com James Earl Jones, Jane Alexander, Lou Gilbert. Pugilista negro (Jones) incomoda os brancos não só por se tornar campeão mundial como, sobretudo, por namorar uma branca. De tal forma que se torna preciso encontrar um adversário branco para enfrentá-lo. O anti-racismo é a marca deste filme de Ritt, em que a presença de Jones é decisiva. Bem acima da média.


O QUE É ISSO COMPANHEIRO
Globo, 22h55.
Brasil, 1997. Direção: Bruno Barreto. Com Pedro Cardoso, Fernanda Torres, Alan Arkin, Cláudia Abreu. O sequestro do embaixador dos EUA (Arkin) por um grupo de guerrilheiros, em 1969, e suas decorrências, tomando como ponto de partida o livro escrito por Fernando Gabeira. Na verdade, um momento de revisionismo histórico, que mistura torturadores bons a um grupo de jovens idealistas porém meio tontos, manipulados por líderes mais velhos e um tanto mal-intencionados. Por ingenuidade ou não, um filme que desautoriza a intervenção política dos jovens. Nesse sentido, interessante como observação de um pensamento contemporâneo aplicado a 1968 e suas sequelas. Inédito.


O REI DO MILAGRE
Cultura, 0h15.
Brasil/Itália, 1971, 75 min. Direção: Grupo Glauber Rocha. Com Ana Carini, Hugo Carvana, Glauber Rocha, Joel Barcellos. Como se vê pela assinatura da direção, um filme do início dos anos 70 (quando Godard tinha o Grupo Dziga Vertov, por exemplo). A história diz respeito a um milagreiro (interpretado por Barcellos) que faz sucesso numa cidadezinha do Rio de Janeiro. O filme só foi projetado em cinema na Europa. Os realizadores são o brasileiro Barcellos os italianos Gianni Barcelloni e Francesco Tulio Altan. No elenco, destaque para as participações de Glauber Rocha (como governador do Rio) e de Gato Barbieri, o músico.

INTERCINE 1
Globo, 1h25.
As propostas para o primeiro filme de hoje são "Assassino Virtual" (1995, de Brett Leonard, com Denzel Washington, Kelly Lynch) e "Apelação Final" (1993, de Eric Till, com JoBeth Williams, Brian Dennehy).

UM TOQUE DE SEDUÇÃO 2
Bandeirantes, 1h50.
(Return to Two Moon Junction). EUA, 1994, 96 min. Direção: Farhad Mann. Com Mindy Clarke, John Clayton Schafer. Linda modelo descobre que está sendo passada para trás pelo namorado e por sua melhor amiga. Desiludida, volta à pequena Two Moon Junction. Lá, apaixona-se de novo. Mas tem um problema: o avô dela é o fulano que arruinou a família do seu novo namorado. Enfim, mais uma história sem eira nem beira.

SKINHEADS - A FORÇA BRANCA
SBT, 2h10.
(Romper Stomper). Austrália, 1992, 92 min. Direção: Geoffrey Wright. Com Russel Crowe, Daniel Pollock e Alex Scott. Grupo racista de jovens australianos quer eliminar todos que não sejam brancos e arianos. As principais vítimas são imigrantes vietnamitas, mas ninguém vai ficar impune nesse absurdo todo.

INTERCINE 2
Globo, 3h25.
A escolha se dá entre duas reprises: "Homens Brancos Não Sabem Enterrar" (1992, de Ron Shelton, com Wesley Snipes, Woody Harrelson) e "Os Residentes" (1990, de Marisa Silver, com Adrian Pasdar, Diane Lane).


TV PAGA
Incorreção política

da Redação

Houve um tempo em que o cinema brasileiro podia se permitir certas liberalidades. Exemplo: na esteira do êxito de "Lúcio Flávio", de Hector Babenco, filme politicamente corretíssimo, Antônio Calmon lançou "Eu Matei Lúcio Flávio" (Canal Brasil, 2h15).
"Lúcio Flávio" construía seu herói na visão progressista da época, em que o bandido era o bem e a polícia, o mal. "Eu Matei..." invertia a questão, reinvestindo o tira no papel de guardião da ordem e do bem.
Mas, que ordem? Que bem? Não havia como voltar aos anos 50, em que essas noções pareciam claras a todos. Daí esse retorno à ordem ser tortuoso, sórdido, assustador. O oposto, ainda uma vez, de "Lúcio Flávio", numa visão sombria do Brasil dos 80. (IA)



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