da Equipe de Articulistas

Nada como um bom pretexto para a Cinemateca Brasileira tirar a poeira de seu acervo de filmes brasileiros.
Na mostra "MoMa em São Paulo", que começa hoje, o cinéfilo vai poder ver ou rever 30 títulos fundamentais da cinematografia nacional dos últimos 40 anos.
Além de clássicos absolutos como "Vidas Secas", "Deus e o Diabo na Terra do Sol", "Os Fuzis" e "Noite Vazia", a retrospectiva traz filmes igualmente marcantes, mas menos reprisados e repisados.
Entre essas preciosidades mais discretas, estão o eletrizante "Assalto ao Trem Pagador" (1962), de Roberto Farias -marco do cinema policial brasileiro-, o moderníssimo "São Paulo S.A." (1965), de Luís Sérgio Person, e a comédia erótica "Guerra Conjugal" (1975), de Joaquim Pedro de Andrade.
Merecem destaque também duas obras "sui generis", realizadas na fronteira entre o documentário e a ficção: "Iracema, uma Transa Amazônica" (1975), de Jorge Bodansky e Orlando Senna, e "Cabra Marcado para Morrer" (1982), de Eduardo Coutinho.
Se o encontro de Dalton Trevisan e Joaquim Pedro de Andrade gerou "Guerra Conjugal", o de Nelson Rodrigues e Arnaldo Jabor não foi menos fecundo: produziu o contundente "Toda Nudez Será Castigada" (1973) e "O Casamento" (1975), que não está na mostra.
O cinema novo domina a retrospectiva. Quinze dos 30 filmes programados são dirigidos por expoentes do movimento (Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, Leon Hirszman, Cacá Diegues, Paulo Cézar Saraceni, Joaquim Pedro de Andrade, David Neves, Arnaldo Jabor).
Como de praxe, cabe lamentar algumas ausências. Entre elas: "A Hora e a Vez de Augusto Matraga" (Roberto Santos, 1965), "Todas as Mulheres do Mundo" (Domingos de Oliveira, 1966), "O Bandido da Luz Vermelha" (Rogério Sganzerla, 1968) e "Inocência" (Walter Lima Jr., 1982). (JGC) ²
Mostra: MoMa em São Paulo Quando: de hoje a 29 de novembro Onde: Sala Cinemateca Folha (largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino, tel. 011/5084-2177)



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