São Paulo, quinta-feira, 07 de janeiro de 2010

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Mundo monstro

Novo filme de Spike Jonze, "Onde Vivem os Monstros", investiga sentimentos de menino e passa longe da esperada alegria infantil

Divulgação
Max e um de seus asseclas selvagens, o monstro Carol

IVAN FINOTTI
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES

À primeira vista, "Onde Vivem os Monstros" parece uma continuação do filme "A História sem Fim", de 1984. Para quem não viveu os anos 80, tratava-se de uma fábula infantil em que um menino contracenava com monstros fofos e tudo terminava em final feliz.
Mas "Onde Vivem os Monstros" não é um filme convencional. Talvez até seja uma fábula infantil, mas sua única semelhança com "A História sem Fim" são os gigantes fofos. Afinal, quem está atrás das câmeras é Spike Jonze, um estudioso do bizarro e do grotesco, como se pode atestar por seus dois primeiros sucessos: "Quero Ser John Malkovich" (1999) e "Adaptação" (2002).
Desta vez, Jonze filmou um livro. "Onde Vivem os Monstros" (recém-lançado pela Cosac Naify) é um clássico norte-americano, escrito e desenhado por Maurice Sendak em 1963.
Na história, o menino Max, 8, briga com a mãe e se refugia numa ilha cheia de monstros. Lá, torna-se rei, mas, em vez de felicidade, só encontra problemas: ciúmes, desconfiança, cólera, medo. Um crítico disse que o livro traçava deliberadamente a história psicoanalítica de um ciclo de algumas horas de raiva. Para Sendak, trata-se do crescimento da criança, de sua sobrevivência, de suas mudanças e de sua fúria. Estamos, como se vê, no terreno do pesadelo, razão suficiente para que Spike Jonze dedicasse cinco anos de sua vida a essa história.


O jornalista IVAN FINOTTI viajou a convite da Warner Bros.


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