|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Imagens de arquivo contam história da música popular
DA REPORTAGEM LOCAL
Naturalmente menos visível
que os filmes, a conferência internacional do documentário,
que acontece há dez anos dentro do É Tudo Verdade, terá como tema, neste ano, o uso de
sons e imagens de arquivo.
"Filme Vira Filme: o Documentário de Arquivo" reunirá,
entre 14 e 16 de abril, na Cinemateca Brasileira, pesquisadores e cineastas que discutirão
algo que, para o público, pode
parecer simples, mas não é: o
uso de imagens que, não raro,
não se sabe a quem pertencem
ou são barganhadas a custos
muitas vezes inviáveis.
Não deve ser sido aleatória,
portanto, a escolha de "Uma
Noite em 67", de Renato Terra
e Ricardo Calil [crítico de cinema da Folha] para a abertura
do festival, amanhã. O filme recupera imagens antológicas da
grande final do Festival da
Canção da TV Record. Para
quem viveu aqueles anos, trata-se de um passeio pela memória; para quem, daquelas
canções -conhece apenas as
lendas, como a viola atirada por
Sergio Ricardo contra o público- o filme é um passeio pelo
Brasil que fez manifestação
contra a guitarra elétrica e, calado pela ditadura, parecia disposto a vaiar quem quer que
fosse, de Roberto Carlos e Caetano Veloso.
"Uma Noite em 67" é construído, basicamente, a partir de
imagens de arquivo e entrevistas que mostram os personagens que, então, estavam sobre
o palco (Gilberto Gil, Edu Lobo, Chico Buarque), na mesa
dos jurados (Sergio Cabral) ou
nos bastidores (Paulo Machado de Carvalho).
(APS)
Texto Anterior: Invenção do Brasil Próximo Texto: Padilha filma antropólogos de elite entre índios Índice
|