São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2011

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Paulo José dirige texto-chave de Augusto Boal

GUSTAVO FIORATTI
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

O que era para ser um ensaio aberto transcorreu com afinação de estreia. E o público não arredou pé no fim da sessão de "Murro em Ponta de Faca", no Festival de Curitiba.
A direção de Paulo José para texto de Augusto Boal (1931-2009), um dos pivôs do teatro brasileiro dos anos 60 e 70, somou duas horas de espetáculo.
Mas a plateia parecia querer mais, e ninguém deixou a sala antes do debate com o diretor. O bate-papo foi dedicado à obra de Boal, hoje mais montado no exterior do que em seu próprio país. A partir de hoje, haverá mais quatro sessões da peça dentro da programação do Fringe. Paulo José estará presente em todas elas, para falar da retomada desse texto, que passou trinta anos na gaveta.
"Murro em Ponta de Faca" foi escrita nos anos 70. Do exílio, Boal a enviou por correio. A primeira montagem, de 1978, por recomendação do autor, também foi dirigida por Paulo José.
Boal só voltou para o país em 1984, mas morreu sem ver nenhuma montagem para seu texto, que retrata a trajetória de um grupo de exilados.
O sentimento de permanecer longe de casa dá norte à história, com três casais dividindo angústias. As aflições se refletem na descrição de espaços opressores, como um salão repleto de refugiados, cheirando a fezes e urina.

O jornalista GUSTAVO FIORATTI viajou a convite do Festival de Curitiba.


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