São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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Matriarca, Clementina fica no limbo

DA REPORTAGEM LOCAL

Curiosamente, a memória da matriarca Clementina de Jesus é difusa em suas herdeiras -das ouvidas pela Folha, apenas Arícia Mess já fez referência musical direta a ela em disco, regravando de seu repertório "Cangoma".
Mas a memória em torno de Clementina já é difusa por si só. A EMI, que detém quase todo seu catálogo, desistiu de dar lançamento comercial a uma caixa com todos os seus discos na antiga Odeon e que só caiu nas mãos dos felizes clientes da Petrobras.
A bibliografia em torno de Clementina também é pífia e foi enriquecida em parte no final do ano passado pela edição do livro "Rainha Quelé", que reúne sob organização do pesquisador Heron Coelho textos analíticos sobre ela escritos por Hermínio Bello de Carvalho, Nei Lopes, Lena Frias e Paulo César de Andrade.
De novo, a memória permanece truncada. "Rainha Quelé" só pôde existir por auxílio da Prefeitura de Valença (RJ), cidade natal da artista. Um lançamento comercial foi estudado, mas, segundo Coelho, esbarrou na contrariedade dos herdeiros de Clementina.
Feito sem fins lucrativos, o livrinho saiu com tiragem de 2.000 exemplares, só para bibliotecas e instituições. Coelho avisa que os interessados ainda podem obtê-lo, gratuitamente, pelo e-mail rainhaquele@yahoo.com.
Não é de estranhar, pois, que nossas cantoras desconheçam o caule de sua árvore. (PAS)



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