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Matriarca, Clementina fica no limbo
DA REPORTAGEM LOCAL
Curiosamente, a memória da
matriarca Clementina de Jesus é
difusa em suas herdeiras -das
ouvidas pela Folha, apenas Arícia
Mess já fez referência musical direta a ela em disco, regravando de
seu repertório "Cangoma".
Mas a memória em torno de
Clementina já é difusa por si só. A
EMI, que detém quase todo seu
catálogo, desistiu de dar lançamento comercial a uma caixa
com todos os seus discos na antiga Odeon e que só caiu nas mãos
dos felizes clientes da Petrobras.
A bibliografia em torno de Clementina também é pífia e foi enriquecida em parte no final do ano
passado pela edição do livro "Rainha Quelé", que reúne sob organização do pesquisador Heron
Coelho textos analíticos sobre ela
escritos por Hermínio Bello de
Carvalho, Nei Lopes, Lena Frias e
Paulo César de Andrade.
De novo, a memória permanece
truncada. "Rainha Quelé" só pôde existir por auxílio da Prefeitura
de Valença (RJ), cidade natal da
artista. Um lançamento comercial
foi estudado, mas, segundo Coelho, esbarrou na contrariedade
dos herdeiros de Clementina.
Feito sem fins lucrativos, o livrinho saiu com tiragem de 2.000
exemplares, só para bibliotecas e
instituições. Coelho avisa que os
interessados ainda podem obtê-lo, gratuitamente, pelo e-mail rainhaquele@yahoo.com.
Não é de estranhar, pois, que
nossas cantoras desconheçam o
caule de sua árvore.
(PAS)
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