São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2010

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CRÍTICA RAP

Entre vários estilos, artista mantém os pés na periferia

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA FOLHA

Ator de cinema. Garoto-propaganda. MV Bill é uma estrela, mas mantém o pensamento nas quebradas.
Em sua descrição sobre a favela, a polícia "dissemina o mal com suas fardas e caverões" ("Causa e Efeito"), e a menina é "diversão de falcão, conhecida como boqueteira" ("Mulheres").
A descrição do dia a dia o aproxima mais da crônica do que da poesia de Mano Brown -cujo dom é o de criar versos do cinza da periferia.
Bill também é dado à política e destaca o engajamento em "O Bonde Não Para".
Outra disposição é a de dar voz às mulheres, numa atitude que só agora se dissemina no rap. A irmã Kmilla CDD aparece em vários momentos, encarnando a garota de atitude ou a namorada malandra, em "Estilo Vagabundo 2", na qual compõem um dueto sexy com MV Bill.
Diversos nomes revezam-se na produção, fazendo "Causa e Efeito" transitar por variados estilos. Destaque para a primorosa inserção de metais em "Sou Eu" (Iky Castilho), a base seca de KL Jay em "Transformação" (com o brilhante Chuck D/ Public Enemy) e o swing de Silveira.


CAUSA E EFEITO

ARTISTA MV Bill
GRAVADORA Chapa Preta
QUANTO R$ 5 (pelo site www.mvbill.com.br)
AVALIAÇÃO bom



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