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CRÍTICA RAP
Entre vários estilos, artista mantém os pés na periferia
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA FOLHA
Ator de cinema. Garoto-propaganda. MV Bill é uma
estrela, mas mantém o pensamento nas quebradas.
Em sua descrição sobre a
favela, a polícia "dissemina o
mal com suas fardas e caverões" ("Causa e Efeito"), e a
menina é "diversão de falcão, conhecida como boqueteira" ("Mulheres").
A descrição do dia a dia o aproxima mais da crônica do
que da poesia de Mano
Brown -cujo dom é o de criar
versos do cinza da periferia.
Bill também é dado à política
e destaca o engajamento em
"O Bonde Não Para".
Outra disposição é a de dar
voz às mulheres, numa atitude que só agora se dissemina
no rap. A irmã Kmilla CDD
aparece em vários momentos, encarnando a garota de
atitude ou a namorada malandra, em "Estilo Vagabundo 2", na qual compõem um
dueto sexy com MV Bill.
Diversos nomes revezam-se na produção, fazendo
"Causa e Efeito" transitar por
variados estilos. Destaque
para a primorosa inserção de
metais em "Sou Eu" (Iky Castilho), a base seca de KL Jay
em "Transformação" (com o
brilhante Chuck D/ Public
Enemy) e o swing de Silveira.
CAUSA E EFEITO
ARTISTA MV Bill
GRAVADORA Chapa Preta
QUANTO R$ 5 (pelo site
www.mvbill.com.br)
AVALIAÇÃO bom
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