TÔNIA CARRERO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"O tempo passa... a emoção é a mesma."
Assim escrevi quando fui assistir a mais uma das interpretações primorosas de Paulo Autran.
Porque assim tem sido nestes 52 anos em que nos conhecemos. Desde a primeira vez que o vi no palco, meus olhos e ouvidos detectaram, por sorte ou por clarividência, estar diante do maior ator da minha geração.
E de quantas mais? Porque, se quisermos falar em disciplina, dicção, inteligência, cultura, dedicação, escolha de repertório, propriedade no comportamento social, simpatia, companheirismo, simplicidade com conhecimento, sem convencimento, então estamos falando, é claro, de Paulo Autran.
Vê-lo e amá-lo foi imediato e para sempre. Agora, então, no palco com meu filho Cecil Thirè, é impossível assisti-los sem um nó na garganta.
É uma emoção justa e admirável para a minha maturidade.
E ele me escreveu num bilhete: "O amor cresceu e se transformou nesta amizade que cresceu e me ilumina a vida".
Posso querer mais deste amigo?