São Paulo, quarta, 7 de outubro de 1998

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'Banda de poetas' lança CD 'zoológico'

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local

A "banda de poetas" Boato, radicada no Rio, lança seu álbum de estréia, "Abracadabra", ancorada na repercussão obtida pelos parceiros e amigos Pedro Luís e A Parede.
A definição de "banda de poetas" é de Rodrigo Cabelo, 31, vocalista e guitarrista do Boato, antes conhecido como artista plástico. "A poesia me governa e se manifesta de várias maneiras, seja musicalmente, ou nas artes plásticas", define.
Entre os outros oito membros do grupo, a diversidade se manifesta. "Beto, vocalista e percussionista, já mexeu com artes plásticas. Dado, o tecladista, é ator. Brasil é da Sinfônica Brasileira. Já fizemos teatro", enumera Cabelo, aceitando para o Boato o rótulo de "multimídia".
A diversidade vaza para o estilo musical. "Em comum, todos têm o fato de gostarem de reggae, rock, xote e funk. Não há preocupação formal exagerada, nos amparamos mais na linguagem. É saudável a coisa dos três acordes do rock."
O Boato, segundo o capixaba Cabelo, seria "uma espécie de arca de Noé musical". Talvez por isso, animais são recorrentes: uma cabra na capa, minhocas "com cérebro" reprocessadoras dos dejetos da sociedade em "Berro da Cabra", vacas e baleias desfilam pelas faixas.
No encarte do CD, os músicos usam, como chapéus, polvos. Cabelo admite contato com seu trabalho performático em artes plásticas. "Tem a ver com o surrealismo. O polvo emerge das profundidades do inconsciente. Os tentáculos representam a união das tribos", diz ele. O Boato está lançado.



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