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São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2003

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CINEMA

Scorsese percorre Itália em dois trajetos

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

O documentário inédito "My Voyage to Italy" ("Minha Viagem à Itália") é um roteiro de turismo em dois percursos, pelos quais o telespectador é guiado por ninguém menos que o cineasta americano de origem italiana Martin Scorsese.
Filho de imigrantes sicilianos (cujo sobrenome original era Scozzese) nascido em Nova York, o diretor começa o programa mostrando o aparelho de TV de sua casa, no fim da década de 40. Longe de ser uma experiência dolby-surround-tela-plana, ainda assim o televisor rudimentar foi capaz de criar um ambiente impactante para o pequeno Scorsese, que nasceu em 1942.
Como havia poucas TVs no bairro coalhado de imigrantes italianos, sua casa se transformava num pequeno cinema onde as emoções transbordavam. Não raro os que tinham abandonado a terra natal em busca de uma vida melhor se comoviam com filmes que lhes lembravam de seu país, de sua língua e de sua história.
"Sem esses filmes, eu teria sido uma pessoa diferente e, obviamente, um cineasta diferente do que sou", afirma Scorsese.
Assim, o primeiro caminho que temos a percorrer é o do cinema italiano a que Scorsese paga tributo. Começa a experiência com os neo-realistas "Roma, Cidade Aberta" e "Paisà", de Roberto Rosselini (1906-1977). Passa por épicos de Alessandro Blasetti (1900-1987) e segue por um trajeto que vai dar em clássicos de Vittorio de Sica e Federico Fellini.
Paralelamente, há um outro percurso: o da formação de um cineasta americano único, por meio de experiências que lhe mostraram uma nova visão sobre o cinema (e da própria vida). Visão que, ao mesmo tempo, lhe era absolutamente natural, porque estava em suas origens.
E, se esse caminho conseguiu chegar a obras-primas do quilate de "Taxi Driver" e "Touro Indomável", é uma viagem que não se deve desperdiçar.


MY VOYAGE TO ITALY. Quando: hoje, às 22h, no Cinemax.


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