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Edvaldo Santana toca seu caldeirão musical
Músico paulista fará apresentação amanhã, no Sesc Pompéia, para lançar o álbum "Reserva de Alegria"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Edvaldo Santana, 50 anos e
30 de carreira, não é um maldito. Aliás, Edvaldo Santana não
acredita no rótulo de "maldito".
O músico, que acaba de lançar
seu novo álbum, "Reserva de
Alegria", e faz show de lançamento amanhã no Sesc Pompéia, faz parte de uma linhagem
que inclui de Tom Zé a Itamar
Assumpção, mas nega qualquer
linha evolutiva "paralela" à música brasileira "oficial".
"Se é paralelo, não sou eu que
vou dizer", comenta ele. "Isso é
coisa de mercado, de querer catalogar. Não gosto muito desse
tipo de coisa, parece uma tentativa de isolar certos músicos. A
arte é maior que rótulos. Esse
negócio de maldito é uma coisa
que ninguém gosta. Pô, o cara
faz uma música bonita e você
vai chamar de maldito?"
Tom Waits
Com sua voz rouca e sua infinidade de influências -em especial o blues e diversidades
brasileiras-, Santana é invariavelmente comparado a Tom
Waits, especialmente pelo timbre e certa crueza em temas e
arranjos. O músico da zona leste descendente de pernambucana e piauiense reconhece a
influência, mas relativiza o
quanto.
"Isso vem mais de outras
pessoas, de quem ouve", explica. "Eu gosto do Tom Waits. Ele
é um dos caras que ouvi, mas
acho que a comparação é mais
por causa da voz e por ambos
termos uma relação forte com a
música negra. Hoje em dia, todo mundo se influencia por todo mundo."
Citando como referências
principais músicos distintos
como Raul Seixas e Sérgio Sampaio, Luiz Melodia e Adoniran
Barbosa, Bob Marley e John
Lennon, Carlos Santana e Jimi
Hendrix, Jackson do Pandeiro
e Luiz Gonzaga, Santana reconhece que sua principal característica é o sincretismo resultante de tudo o que ouve. Mas,
então, como explicar Edvaldo
Santana?
"Acho que sou um compositor e cantor que recebe influências fragmentadas", afirma o
próprio. "E, com isso, eu consigo fazer um caldeirão, consigo
fazer música que seja saudável
para o meu sentimento. Pego o
suingue sofisticado da música
brasileira e também a melancolia do blues e misturo com música latina, rock, jazz, xote,
baião, poesia, literatura de cordel... E continuo aprendendo
algo novo todos os dias, recebendo influências. Isso nunca
pára", diz o músico.
(RONALDO EVANGELISTA)
EDVALDO SANTANA
Quando: amanhã, às 21h
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel.
0/xx/11/3871-7700)
Quanto: R$ 12
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