São Paulo, quinta-feira, 07 de dezembro de 2006

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crítica

CD traz músicas de tom otimista e particular

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Partindo da crueza musical e do espírito das ruas da periferia para buscar sofisticação em seu trabalho, Edvaldo Santana é um músico bem particular. Parceiro de Itamar Assumpção, Arnaldo Antunes e Tom Zé -deste último, foi músico de apoio nos anos 70-, Santana se tornou conhecido nos meios alternativos da MPB ainda na década de 70, quando liderava a banda Matéria Prima e atingiu certo sucesso com "Maria Gasolina".
De lá pra cá, seguiu caminho cheio de idiossincrasias e fuga das obviedades. Em carreira solo desde 1986, lançou cinco discos -o mais recente, este "Reserva de Alegria". O nome se explica pelo otimismo das composições, deixando um pouco de lado sua melancolia habitual -mas ainda batendo forte em comentários sociais.
Além das participações de Chico César, Thaíde, Bocato e Rappin" Hood, o álbum tem todo um certo clima latino, para cima, com sonoridades cubanas e dançantes. Nem tudo funciona, nem tudo é ruim. Como um artista tão variado que é, chega a ser até coerente certa irregularidade no seu trabalho. "Chacina", parceria com Arnaldo Antunes com rap de Thaíde, é crítica social rasa e clichê.
Já "Quem é que Não Quer Ser Feliz" é gostosa, animada, com arranjo ótimo e refrão redondinho. Edvaldo Santana é, de certa forma, pai da MPB que se tornou notória com Zeca Baleiro, Chico César, Lenine. Como eles, para o bem e para o mal, divide-se entre o interessante e o óbvio. (RE)

RESERVA DE ALEGRIA    
Artista: Edvaldo Santana
Lançamento: Independente
Quanto: R$ 15, em média


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