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crítica
CD traz músicas de tom otimista e particular
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Partindo da crueza
musical e do espírito
das ruas da periferia
para buscar sofisticação em
seu trabalho, Edvaldo Santana é um músico bem particular. Parceiro de Itamar Assumpção, Arnaldo Antunes e
Tom Zé -deste último, foi
músico de apoio nos anos
70-, Santana se tornou conhecido nos meios alternativos da MPB ainda na década
de 70, quando liderava a banda Matéria Prima e atingiu
certo sucesso com "Maria
Gasolina".
De lá pra cá, seguiu caminho cheio de idiossincrasias
e fuga das obviedades. Em
carreira solo desde 1986, lançou cinco discos -o mais recente, este "Reserva de Alegria". O nome se explica pelo
otimismo das composições,
deixando um pouco de lado
sua melancolia habitual
-mas ainda batendo forte
em comentários sociais.
Além das participações de
Chico César, Thaíde, Bocato
e Rappin" Hood, o álbum tem
todo um certo clima latino,
para cima, com sonoridades
cubanas e dançantes. Nem
tudo funciona, nem tudo é
ruim. Como um artista tão
variado que é, chega a ser até
coerente certa irregularidade no seu trabalho. "Chacina", parceria com Arnaldo
Antunes com rap de Thaíde,
é crítica social rasa e clichê.
Já "Quem é que Não Quer
Ser Feliz" é gostosa, animada, com arranjo ótimo e refrão redondinho.
Edvaldo Santana é, de certa forma, pai da MPB que se
tornou notória com Zeca Baleiro, Chico César, Lenine.
Como eles, para o bem e para
o mal, divide-se entre o interessante e o óbvio.
(RE)
RESERVA DE ALEGRIA
Artista: Edvaldo Santana
Lançamento: Independente
Quanto: R$ 15, em média
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