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COLEÇÃO FOLHA
Estréia, em 1913, causou controvérsia
CD traz "Sagração da Primavera", obra revolucionária de Stravinski
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na próxima semana, a Coleção
Folha de Música Clássica apresenta uma das obras mais revolucionárias da música no século 20:
o balé "A Sagração da Primavera", do compositor russo Igor
Stravinski (1882-1971)
Stravinski foi aluno de Rimski-Korsakov e morou na França,
Suíça e EUA. Embora muitas de
suas obras refletissem o folclore
russo, manteve-se distante de sua
terra natal após a Revolução de
1917, só voltando a visitá-la em
1962. Reverenciado, em vida, como um dos maiores autores do
século 20, deixou várias gravações
em que rege suas próprias obras.
"Entrevi um dia, de maneira absolutamente inesperada, o espetáculo de um grande rito sacro pagão: velhos sábios, sentados em
círculo, observando a dança da
morte de uma jovem, que eles sacrificaram para que lhes fosse
propício o deus da primavera."
Assim se referiu à inspiração que
lhe rendeu sua mais célebre criação, "A Sagração da Primavera"
por Diaghilev para a temporada
1912/13 dos Ballets Russes em Paris, coreografada por Nijinski.
Para inovações gigantescas, um
escândalo de proporções equivalentes. Na estréia, assobios, vaias e
discussões do público -com a algaravia, mal se ouviu a música.
No ano seguinte, sem a coreografia, a música foi finalmente ouvida, por uma platéia menos preconceituosa, e rapidamente ganhou notoriedade.
A força da partitura emana de
diversos pontos, como a orquestração ousada, a harmonia, que
sobrepõe tonalidades distintas, e
o caráter circular dos temas melódicos. Mas a maior inovação vem
da frenética assimetria do ritmo:
Stravinski o manipula com inigualáveis destreza e criatividade.
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