São Paulo, domingo, 08 de janeiro de 2006

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COLEÇÃO FOLHA

Estréia, em 1913, causou controvérsia

CD traz "Sagração da Primavera", obra revolucionária de Stravinski

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na próxima semana, a Coleção Folha de Música Clássica apresenta uma das obras mais revolucionárias da música no século 20: o balé "A Sagração da Primavera", do compositor russo Igor Stravinski (1882-1971)
Stravinski foi aluno de Rimski-Korsakov e morou na França, Suíça e EUA. Embora muitas de suas obras refletissem o folclore russo, manteve-se distante de sua terra natal após a Revolução de 1917, só voltando a visitá-la em 1962. Reverenciado, em vida, como um dos maiores autores do século 20, deixou várias gravações em que rege suas próprias obras.
"Entrevi um dia, de maneira absolutamente inesperada, o espetáculo de um grande rito sacro pagão: velhos sábios, sentados em círculo, observando a dança da morte de uma jovem, que eles sacrificaram para que lhes fosse propício o deus da primavera." Assim se referiu à inspiração que lhe rendeu sua mais célebre criação, "A Sagração da Primavera" por Diaghilev para a temporada 1912/13 dos Ballets Russes em Paris, coreografada por Nijinski.
Para inovações gigantescas, um escândalo de proporções equivalentes. Na estréia, assobios, vaias e discussões do público -com a algaravia, mal se ouviu a música. No ano seguinte, sem a coreografia, a música foi finalmente ouvida, por uma platéia menos preconceituosa, e rapidamente ganhou notoriedade.
A força da partitura emana de diversos pontos, como a orquestração ousada, a harmonia, que sobrepõe tonalidades distintas, e o caráter circular dos temas melódicos. Mas a maior inovação vem da frenética assimetria do ritmo: Stravinski o manipula com inigualáveis destreza e criatividade.


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