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Curta-metragem anima a história da arte
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
Os espectadores de "A Maçã" vão
ganhar um "chorinho". Além da
estréia na direção de Samira
Makhmalbaf, poderão ver um curta que por si só já vale a ida ao cinema: "Quadros Famosos", de Maarteen Koopman.
A idéia do diretor é simples, mas
genial. Por meio de diversas técnicas de animação, ele reconstituiu
algumas das mais importantes
obras-primas da pintura mundial.
Mas Maarteen não se limitou a
reproduzir a obra. Também criou
uma série de histórias fictícias que
conduzem o espectador até a obra
finalizada.
Reconstituiu, por exemplo, toda
a construção de "A Torre de Babel", de Bruegel, tijolo por tijolo. A
seguir, montou "O Quarto em Arles", de Van Gogh, mobília por
mobília. Cada obra é refeita em
cerca de dois minutos.
Um dos pontos altos do curta é a
reconstituição de "Esqueletos Disputam um Enforcado", de James
Ensor. O diretor não se limitou a
refazer a cena, mas criou toda uma
história prévia -com crime, julgamento e morte do criminoso-
para chegar à disputa dos dois esqueletos.
Outro destaque do curta é
"Broadway Boogie Woogie", de
Piet Mondrian. Antes da animação
que refaz a tela, o diretor optou por
apresentar uma série de obras do
mesmo artista (fotos ao lado) em
que fica evidente o processo artístico que levou o artista às suas
composições cromáticas e geométricas, partindo de algo figurativo:
uma árvore.
Nem todos os trechos são igualmente criativos. Para mostrar
"Maja Desnuda", de Goya, o diretor se limitou a realizar um óbvio
strip-tease, algo que o pintor espanhol já havia feito há 200 anos.
Também é questionável a seleção
das obras, já que, dos 12 trechos selecionados, cinco se referem a
obras de artistas holandeses, a
mesma nacionalidade do diretor.
²
Curta: Quadros Famosos (Famous
Paintings)
Direção: Maarteen Koopman
Produção: Holanda (1996, 16 min.)
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