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IMPRENSA
Norma prevê prisão de quem invadir propriedade ou usar lentes de longa distância para fotografar personalidades
Califórnia adota "Lei Antipaparazzi"
MARCELO DIEGO
de Nova York
Desde sexta-feira passada todo o
Estado da Califórnia (EUA) tem
uma nova lei, a SB262, conhecida
como "Lei Antipaparazzi".
Ela prevê a prisão de qualquer fotógrafo que invadir propriedade
ou usar lentes de longa distância
para fazer fotos de pessoas famosas e até de seus familiares em momentos de privacidade.
Paparazzi é a designação dos repórteres-fotográficos especialistas
em fotos de celebridades.
A lei foi assinada pelo ex-governador Pete Wilson, atendendo a
um pedido do Sindicato dos Atores. É na Califórnia que está localizada a cidade de Los Angeles, a capital do cinema e da TV nos EUA.
A pena pode ser imputada até se
uma pessoa "ostentar agressivamente" um microfone ou uma câmera fotográfica, sem o consentimento do entrevistado.
O pedido da lei havia sido feito ao
sindicato pelo ator George Clooney (de "Plantão Médico" e "Batman e Robin"), que lançou uma
campanha nacional contra os fotógrafos. Clooney chegou a culpar os
fotógrafos pela morte da princesa
Diana, em 1997.
"Esse é um exemplo de como o
governo age em benefício de um
grupo minoritário", disse Steve
Sands, fotógrafo de Nova York,
que não vai mais fazer fotos na Califórnia. Para Sands, os fotógrafos
deveriam deixar de fazer fotos promocionais dos astros -como em
estréias de filmes- em uma represália à lei.
A agência fotográfica Spash, uma
das maiores de Los Angeles, ainda
não sabe o impacto financeiro que
a nova lei pode acarretar, mas acha
que deve diminuir a oferta de fotos
e aumentar o preço de imagens exclusivas (o que poderia incentivar
os fotógrafos indiscretos, no lugar
de afastá-los).
Mas os executivos acreditam que
a lei é dúbia: se um ator estiver no
jardim em frente à sua casa, sem
nenhum muro em volta, seria
proibido fazer uma foto dele? A
agência acredita que não.
O governador da Califórnia diz
estar atendendo ao direito de resguardo da privacidade de seus cidadãos, acrescentando que a lei vale para todos -não só para astros
do cinema.
Tony Frost, editor do jornal sensacionalista "Globe", disse à imprensa norte-americana que seus
advogados consideraram a lei inconstitucional e que planeja não
respeitá-la. Ele disse que seu jornal
tem um código de ética para evitar
a premiação de métodos escusos
para a obtenção de fotos.
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