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CINEMA
Espaço Unibanco de Cinema exibe, até quinta, seus primeiros filmes
Guilherme de Almeida Prado tem mostra com quatro longas
PAULO SANTOS LIMA
free-lance para a Folha
A obra do cineasta Guilherme
de Almeida Prado é lembrada
numa pequena mostra que o Espaço Unibanco de Cinema promove até a próxima quinta.
Serão exibidos seus quatro
longas-metragens, com exceção
de "A Hora Mágica", sua mais
recente direção.
"As Taras de Todos Nós" é seu
primeiro filme, uma pornochanchada que Prado, formado
em engenharia, rodou após ter
sido assistente de direção em oito filmes na Boca do Lixo.
Já "Flor do Desejo", de 84, com
Imara Reis no elenco, fala sobre
o envolvimento de uma prostituta do porto de Santos na criminalidade. "Com esse filme eu pude testar recursos técnicos e ver
meus limites, inclusive porque
eu mesmo o produzi. Eu conclui
o filme com um terço do orçamento previsto, fazendo o epílogo na moviola", conta. A temática mescla elementos do cinema
da Boca do Lixo com o experimentalismo estético e referências ao cinema norte-americano,
tendência que a geração de cineastas dos anos 80 abraçaria.
"A Dama do Cine Shanghai",
considerado o melhor filme de
Almeida Prado, passa na quarta.
É uma intrincada trama policial,
com fortes referências ao clássico de Orson Welles "A Dama de
Shanghai" (46).
O último filme apresentado na
mostra, "Perfume de Gardênia",
não caiu nas graças da crítica.
Este filme policial, com José Mayer, foi rodado em plena gestão
Collor, quando a extinção da
Embrafilme quase sepultou o cinema nacional.
"Se fiz apenas cinco longas em
quase 20 anos, se dou preferência a filmes policiais e nunca a
épicos, é porque me falta dinheiro. O cinema, infelizmente, está
virando evento e deixando de
ser arte. E a Lei do Audiovisual,
com a crença de que produzindo
filmes se cria o mercado, não resolve o problema", diz.
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