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Franceses, suíços e belgas falam a língua da 24ª Bienal
Pierrick Sorin, Sylvie Fleury e
Johan Muyle representam
França, Suíça e Bélgica na
próxima edição do evento
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
A indicação
do francês Pierrick Sorin, da
suíça Sylvie
Fleury e do belga Johan Muyle
para a próxima
Bienal mostra
que a 24ª edição do evento deverá
mesmo falar -além de francês-
"a língua antropofágica".
A Bienal acontece entre 4 de outubro e 13 de dezembro e tem como tema a antropofagia, manifestação estético-cultural que se fundamenta no "Manifesto Antropófago", escrito por Oswald de Andrade em 1928, e na pintura de
Tarsila do Amaral (cuja maior influência é a produção do francês
Fernand Léger).
O conceito antropofágico é simples. Baseia-se na incorporação de
valores culturais alheios para a
criação de seus próprios valores e
de uma nova identidade.
Os três artistas
baseiam suas produções em procedimentos como a
apropriação de elementos da história
da arte e o uso de
culturas alheias e
de procedimentos
do cotidiano estranhos aos artísticos
(veja quadro nesta
página).
"Estamos realmente dentro da
temática da antropofagia", garante a
curadora Catherine De Croes, responsável pela indicação de Muyle.
A adequação dos
três artistas ao tema sugere ainda
um novo procedimento antropofágico, já que eles
deglutirão um tema "estrangeiro"
para devolvê-lo enriquecido com
as características de cada um.
Também representa uma volta à
origem, já que o francês era a segunda língua do movimento, e a
França, durante a primeira metade do século, a maior fonte fornecedora de novidades ao país, onde
beberam Tarsila e Oswald.
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