São Paulo, quarta, 8 de abril de 1998

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Franceses, suíços e belgas falam a língua da 24ª Bienal

Pierrick Sorin, Sylvie Fleury e Johan Muyle representam França, Suíça e Bélgica na próxima edição do evento

CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

A indicação do francês Pierrick Sorin, da suíça Sylvie Fleury e do belga Johan Muyle para a próxima Bienal mostra que a 24ª edição do evento deverá mesmo falar -além de francês- "a língua antropofágica".
A Bienal acontece entre 4 de outubro e 13 de dezembro e tem como tema a antropofagia, manifestação estético-cultural que se fundamenta no "Manifesto Antropófago", escrito por Oswald de Andrade em 1928, e na pintura de Tarsila do Amaral (cuja maior influência é a produção do francês Fernand Léger).
O conceito antropofágico é simples. Baseia-se na incorporação de valores culturais alheios para a criação de seus próprios valores e de uma nova identidade.
Os três artistas baseiam suas produções em procedimentos como a apropriação de elementos da história da arte e o uso de culturas alheias e de procedimentos do cotidiano estranhos aos artísticos (veja quadro nesta página).
"Estamos realmente dentro da temática da antropofagia", garante a curadora Catherine De Croes, responsável pela indicação de Muyle.
A adequação dos três artistas ao tema sugere ainda um novo procedimento antropofágico, já que eles deglutirão um tema "estrangeiro" para devolvê-lo enriquecido com as características de cada um. Também representa uma volta à origem, já que o francês era a segunda língua do movimento, e a França, durante a primeira metade do século, a maior fonte fornecedora de novidades ao país, onde beberam Tarsila e Oswald.




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