São Paulo, segunda-feira, 08 de maio de 2006

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de José Saramago
Foi pela porta das "Memórias Póstumas de Brás Cubas" que entrei na obra de Machado de Assis. A minha edição, a quarta, publicada em 1914 pela Livraria Garnier, apresenta um prólogo em que o autor alude aos escritores que influíram em Brás Cubas, e aí saem, inevitavelmente, Sterne e Xavier de Maistre. Todos os escritores, quer os autodidactas como Machado de Assis, quer os que foram beijados na fronte pelas musas e por uma mãe furiosamente intelectual como Elias Canetti, são filhos do que leram e de si mesmos. Esses são os seus verdadeiros pais. Ora, ao menos que eu recorde, não se tem falado de Diderot na hora de dilucidar as influências (portanto as leituras) de Machado de Assis. Dir-me-ão que se Brás Cubas não fala de Diderot é simplesmente porque não o teria lido. É possível. Mas então ninguém me tirará da cabeça que foi Diderot quem leu a Brás Cubas...

cortesia do Center for Portuguese Studies and Culture (The University of Massachusetts, Dartmouth)


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