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Calor atrai Björk para a obra
de Meireles
DO ENVIADO A KASSEL
O sol ajudou bastante. Na
abertura para imprensa e
convidados da Documenta,
a obra mais visível era a instalação de Cildo Meireles,
"Elemento Desaparecendo/
Desaparecido", que está na
praça em frente ao Museu
Fridericianum. Dez jovens
uniformizados empurrando
carrinhos de sorvete, importados do Brasil, vendiam picolés de água a US$ 1.
Para entrar no museu, é
necessário passar pelos carrinhos e, com o calor de anteontem, o picolé virou atração. Atraiu até a cantora
Björk e seu marido, Matthew Barney. Tímida e com a
barriga da gravidez bastante
visível, Björk comprou o picolé e não aparentou estranhar a falta de sabor.
"Os picolés são uma forma
de alertar para o problema
da escassez de água no planeta", disse Meireles. A embalagem plástica e os palitos
também foram importados
do Brasil. Foi necessária
uma autorização especial
para que a obra fosse comercializada. Alemães costumam ser restritos em matéria de saúde pública.
Meireles esteve sempre
próximo dos carrinhos para
ver a reação dos consumidores. Alguns picolés em formato cilíndrico eram de difícil manuseio, mas todos tentavam chegar ao fim para
guardar os palitos. "Vou
pregar na parede com um alfinete", disse o artista colombiano Fernando Nino.
Outro representante do
Brasil é o português residente no Rio Artur Barrio. A
obra "idéiaSituação: inteRelacionamento SubjetivoObjetivo" foi montada na cervejaria. À entrada da cervejaria, os 500 kg de café espalhados no chão chamaram
público com o forte aroma.
Além do café, a instalação
reúne 500 kg de pães, 200
garrafas de vinho, azeitonas
e livros do artista, que estão
sendo distribuídos.
As paredes da sala foram
quebradas onde estavam
textos censurados pela direção da mostra. Barrio não
quis comentar, mas registrou a queixa em uma das
paredes contra "a necessidade de autorização não só da
curadoria, quanto também
da polícia, técnicos e etc.".
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