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3ª FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATI
Escritor português Miguel Sousa Tavares lança coletânea de crônicas e aproveita para aprender como funciona a festa
Flip vira modelo para evento em Portugal
EDUARDO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A PARATI
A Flip já começa a dar frutos
longe da árvore. O jornalista e escritor português Miguel Sousa
Tavares, que no ano passado participou da mesa "A História como
Inspiração" e lançou "Equador",
está de volta a Parati para aprender mais sobre o funcionamento
da festa, que pretende replicar a
partir do verão europeu de 2006
na cidade portuguesa de Évora,
com um destaque especial para
autores latino-americanos.
"Gostei muito do ambiente e
das idéias. E quanto mais festas literárias houver, melhor", disse
Tavares, que media amanhã a
mesa "Ritmo, Poesia e Política",
em que debatem o rapper MV Bill
e o antropólogo Luiz Eduardo
Soares.
Desde terça-feira em Parati, Tavares quer saber detalhes, como o
número de pessoas envolvidas na
organização da Flip ao longo do
ano e durante o evento. A versão
portuguesa da Flip, que ainda não
tem patrocínio fechado, deverá
ter de três a quatro dias de duração. Para o escritor, Évora era a
escolha natural: patrimônio histórico da Unesco, a cidade fica
perto de Lisboa e da fronteira com
a Espanha.
"Também é a cidade mais parecida com Parati em Portugal, apesar de ser no interior. Tem uma
universidade, um conjunto significativo de ruínas romanas e é lindíssima."
Em andamento
Outro fruto da Flip para Tavares
também já está em gestação: o escritor está preparando um romance que se passa no início do
século 20, em Portugal, Espanha e
Brasil, mas precisamente nas fazendas de café nas fronteiras do
Rio de Janeiro, São Paulo e Minas
Gerais.
Em março, Tavares esteve no
Brasil fazendo suas primeiras pesquisas com diários passados de
geração em geração de famílias
brasileiras. O autor já tem cerca de
cem páginas escritas e deve retomar o livro após sua participação
na Flip deste ano.
Antes disso, Tavares lançará na
Flip "Não te Deixarei Morrer, David Crockett" (editora Nova Fronteira), coletânea de crônicas e pequenos contos sobre infância, futebol, mulheres etc., publicados
na imprensa portuguesa. O título
se refere a um velho herói americano, cujas aventuras ele leu
quando criança.
"É uma espécie de caderno de
bordo de dez anos, um ajuste de
contas com o passado, com as minhas memórias mais marcantes",
diz o autor.
Em relação à mesa de amanhã,
Tavares se diz um espectador privilegiado: "Para um escritor europeu, é muito esotérica essa mistura de rap, violência, criminalidade
e poesia".
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