São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2001

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LITERATURA

Fora do estande do Brasil, editoras acadêmicas selam parcerias na Feira Internacional do Livro de Guadalajara

Universitárias fazem a festa no México

FRANCESCA ANGIOLILLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Num balanço final, quem mais aproveitou a 15ª Feira Internacional do Livro de Guadalajara, encerrada no último dia 2, foram as editoras universitárias.
Congregadas pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (Imesp) e optando por um espaço próprio -eleito pela organização o melhor da feira mexicana-, em vez de participar do estande oficial do Brasil, editoras como a da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da USP (Universidade de São Paulo) aproveitaram o evento para selar parcerias.
A Edunesp, representada por José Castilho, participou de reunião com entidades de vários países latino-americanos para começar a estender a idéia de sua Universidade do Livro (programa de formação de livreiros e editores).
"Acho que, ao participar pela primeira vez de maneira conjunta e organizada na festa do livro mexicano, as editoras universitárias brasileiras plantaram uma semente que dará frutos por muitos anos", disse Castilho, referindo-se a vendas de direitos e parcerias encetadas pelas acadêmicas.
A Edusp, em conjunto com a Imesp, firmou parceria com o importante Fondo de Cultura Económica, editora subvencionada pelo governo mexicano, para uma coleção bilíngue que deve começar em um ano, com seis livros de poesia, três de cada país.
"A idéia é fazer edições exemplares, com apoio teórico mais elaborado, com notas e bibliografia", diz João Bandeira, 40, editor-assistente da Edusp. Bandeira diz que o objetivo é que o programa tenha uma "permanência": depois da poesia, devem vir narrativa e prosa ensaística.
O estande do Brasil, país homenageado da feira, ocupava uma área de 1.500 m2, mesclando uma mostra sobre pássaros, área de debates, uma biblioteca de 2.000 títulos e área para exibição de títulos de editoras brasileiras.
Elmer Barbosa, 62, da Biblioteca Nacional, que reuniu a delegação oficial, avalia positivamente a participação, mas ressalta a "preocupação" com o número de traduções de obras brasileiras para o espanhol, "ainda muito pequeno".
Ele acredita que o encontro tenha gerado oportunidades, mas que negócios entre brasileiros e mexicanos "exigem maturação" e só devem se concretizar em 2002.
A Companhia das Letras, por exemplo, não vendeu nem comprou nada. Outras grandes, como a Record, não mandaram representantes comerciais ao México. A Objetiva também não foi, mas participa do "intercâmbio" agregando mexicanos ao catálogo: já tinha a famosa Laura Esquivel e lançará mais dois medalhões locais: Elena Poniatowska ("La Piel del Cielo") e José María Perez Gay ("Tu Nombre en el Siléncio).



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