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LITERATURA
Fora do estande do Brasil, editoras acadêmicas selam parcerias na Feira Internacional do Livro de Guadalajara
Universitárias fazem a festa no México
FRANCESCA ANGIOLILLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Num balanço final, quem mais
aproveitou a 15ª Feira Internacional do Livro de Guadalajara, encerrada no último dia 2, foram as
editoras universitárias.
Congregadas pela Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo
(Imesp) e optando por um espaço
próprio -eleito pela organização
o melhor da feira mexicana-, em
vez de participar do estande oficial do Brasil, editoras como a da
Unesp (Universidade Estadual
Paulista) e da USP (Universidade
de São Paulo) aproveitaram o
evento para selar parcerias.
A Edunesp, representada por
José Castilho, participou de reunião com entidades de vários países latino-americanos para começar a estender a idéia de sua Universidade do Livro (programa de
formação de livreiros e editores).
"Acho que, ao participar pela
primeira vez de maneira conjunta
e organizada na festa do livro mexicano, as editoras universitárias
brasileiras plantaram uma semente que dará frutos por muitos
anos", disse Castilho, referindo-se
a vendas de direitos e parcerias
encetadas pelas acadêmicas.
A Edusp, em conjunto com a
Imesp, firmou parceria com o importante Fondo de Cultura Económica, editora subvencionada
pelo governo mexicano, para
uma coleção bilíngue que deve
começar em um ano, com seis livros de poesia, três de cada país.
"A idéia é fazer edições exemplares, com apoio teórico mais
elaborado, com notas e bibliografia", diz João Bandeira, 40, editor-assistente da Edusp. Bandeira diz
que o objetivo é que o programa
tenha uma "permanência": depois da poesia, devem vir narrativa e prosa ensaística.
O estande do Brasil, país homenageado da feira, ocupava uma
área de 1.500 m2, mesclando uma
mostra sobre pássaros, área de
debates, uma biblioteca de 2.000
títulos e área para exibição de títulos de editoras brasileiras.
Elmer Barbosa, 62, da Biblioteca
Nacional, que reuniu a delegação
oficial, avalia positivamente a participação, mas ressalta a "preocupação" com o número de traduções de obras brasileiras para o espanhol, "ainda muito pequeno".
Ele acredita que o encontro tenha gerado oportunidades, mas
que negócios entre brasileiros e
mexicanos "exigem maturação" e
só devem se concretizar em 2002.
A Companhia das Letras, por
exemplo, não vendeu nem comprou nada. Outras grandes, como
a Record, não mandaram representantes comerciais ao México.
A Objetiva também não foi, mas
participa do "intercâmbio" agregando mexicanos ao catálogo: já
tinha a famosa Laura Esquivel e
lançará mais dois medalhões locais: Elena Poniatowska ("La Piel
del Cielo") e José María Perez Gay
("Tu Nombre en el Siléncio).
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