São Paulo, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003

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Peça volta mais melancólica, diz protagonista

DA REDAÇÃO

"A Vida É Cheia de Som e Fúria" conseguiu trazer de volta à frente do palco gente que "havia abandonado o teatro com a lancheira", com as excursões às peças infantis e as representações das festinhas de fim de ano no colégio. Essa é a opinião de Guilherme Weber, 28, o "adultescente" em crise Rob Fleming, que se dedica a fazer listas sobre as melhores ou piores coisas que vivencia.
O texto, inspirado no romance "Alta Fidelidade", do inglês Nick Hornby, de fato abarrotou de desacostumados a montagens teatrais os lugares das platéias paulistanas por onde passou: o Sesc Anchieta e o Teatro Popular do Sesi. Antes de retornar à cidade, em 2003, rodou por Curitiba e Porto Alegre, entre outros lugares.
Boa parte de seu sucesso, em 2000 e 2001, além do boca a boca, deveu-se às referências pop, representadas por projeções de imagens e um som que abarcava Nirvana e The Smiths.
Como novidade da encenação que reestréia, há a presença dos atores Mauricio Vogue e Rachel Ripani, que desempenham os papéis de Maira Weber e Caio Marques, e algumas alterações nas inserções musicais que se espalham por cerca de três horas de espetáculo. "Saíram Cornelius, Macy Gray, entraram mais David Gray, Zombies, Bob Dylan, REM", afirma Guilherme Weber.
Ele conta que chegou mais perto da idade de sua personagem, 36, que refletiu e que tem dela uma dimensão mais "melancólica". "Senti que a minha maturidade trouxe melancolia à construção de Rob. Tanto que vejo hoje a peça muito menos vinculada à música pop e muito mais vinculada à idéia de memória", declara.
"A Vida É Cheia de Som e Fúria" mostra uma história exibida por filme que tem o mesmo nome do livro, com John Cusack como o dono da loja de discos (no caso, Rob Gordon). Não é raro ouvir que o espetáculo é melhor do que a película.


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