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MÚSICA
Cantora concorre com Natalie Cole e Diana Krall na categoria melhor álbum vocal de jazz; prêmio ocorre em 23/2
Luciana Souza vai ao Grammy com jazz "singelo"
SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO
Após quatro premiações nos últimos cinco anos com medalhões
como Gilberto Gil, João Gilberto,
Caetano Veloso e Milton Nascimento, o Brasil terá entre seus representantes no Grammy, o prêmio máximo da indústria fonográfica norte-americana, que
ocorre no próximo dia 23 de fevereiro, nomes praticamente desconhecidos por aqui, mas respeitados no circuito jazzístico dos
EUA: a cantora Luciana Souza e o
baterista Duduka da Fonseca.
A paulista Luciana, de 36 anos,
foi indicada na categoria melhor
álbum vocal de jazz, com o seu
"Brazilian Duos", e está acompanhada por concorrentes de peso.
Estão dentro da disputa a canadense Diana Krall, a vencedora de
oito Grammy Natalie Cole, a veterana cantora de blues Etta James e
Patty Austin, que disputa com um
tributo a Ella Fitzgerald.
Luciana, em entrevista à Folha,
por e-mail, diz que só a indicação
já a deixa satisfeita. "Não estou
me vendo vencedora. Isso não
quer dizer que não queira ganhar.
Sou uma artista e aposto no que
faço. Quero dizer que, para mim
mesma, já ganhei."
Filha do violonista Walter Santos e da letrista Tereza Souza, figuras presentes na história da
bossa nova, a cantora teve iniciação musical precoce, quando
acompanhava os pais em gravações durante a infância. Aos 18
anos foi para o conceituado Berklee College of Music estudar
composição, onde mais tarde se
tornaria professora.
Sua carreira começou a ganhar
corpo nos EUA a partir de parcerias com músicos como o baixista
John Patitucci e o pianista panamenho Danilo Perez. Mas foi com
os discos "The Answer to Your Silence" (1999) e "The Poems of Elizabeth Bishop and Other Songs"
(2000), além do mais recente, que
ela começou a despertar opiniões
entusiasmadas de publicações como a revista de jazz "Downbeat" e
do jornal "The New York Times".
Sobre "Brazilian Duos", Luciana mostra confiança em seu trabalho indicado no Grammy deste
ano: "Adoro o disco. É simples e
bonito de um jeito tão singelo.
Numa época de grandes produções, é gostoso ouvir algo tão "pelado" e tão discreto".
Ciente de como funciona a indústria musical dos EUA, a cantora sabe que a indicação trará um
diferencial em sua carreira.
"Acredito que a participação no
Grammy vai trazer visibilidade
para este disco e para meus futuros trabalhos. Agora me apresentarão como: "Grammy nominated
Brazilian born jazz singer [cantora brasileira de jazz indicada ao
Grammy]". Os americanos adoram títulos."
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