São Paulo, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003

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MÚSICA

Cantora concorre com Natalie Cole e Diana Krall na categoria melhor álbum vocal de jazz; prêmio ocorre em 23/2

Luciana Souza vai ao Grammy com jazz "singelo"

SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO

Após quatro premiações nos últimos cinco anos com medalhões como Gilberto Gil, João Gilberto, Caetano Veloso e Milton Nascimento, o Brasil terá entre seus representantes no Grammy, o prêmio máximo da indústria fonográfica norte-americana, que ocorre no próximo dia 23 de fevereiro, nomes praticamente desconhecidos por aqui, mas respeitados no circuito jazzístico dos EUA: a cantora Luciana Souza e o baterista Duduka da Fonseca.
A paulista Luciana, de 36 anos, foi indicada na categoria melhor álbum vocal de jazz, com o seu "Brazilian Duos", e está acompanhada por concorrentes de peso. Estão dentro da disputa a canadense Diana Krall, a vencedora de oito Grammy Natalie Cole, a veterana cantora de blues Etta James e Patty Austin, que disputa com um tributo a Ella Fitzgerald.
Luciana, em entrevista à Folha, por e-mail, diz que só a indicação já a deixa satisfeita. "Não estou me vendo vencedora. Isso não quer dizer que não queira ganhar. Sou uma artista e aposto no que faço. Quero dizer que, para mim mesma, já ganhei."
Filha do violonista Walter Santos e da letrista Tereza Souza, figuras presentes na história da bossa nova, a cantora teve iniciação musical precoce, quando acompanhava os pais em gravações durante a infância. Aos 18 anos foi para o conceituado Berklee College of Music estudar composição, onde mais tarde se tornaria professora.
Sua carreira começou a ganhar corpo nos EUA a partir de parcerias com músicos como o baixista John Patitucci e o pianista panamenho Danilo Perez. Mas foi com os discos "The Answer to Your Silence" (1999) e "The Poems of Elizabeth Bishop and Other Songs" (2000), além do mais recente, que ela começou a despertar opiniões entusiasmadas de publicações como a revista de jazz "Downbeat" e do jornal "The New York Times".
Sobre "Brazilian Duos", Luciana mostra confiança em seu trabalho indicado no Grammy deste ano: "Adoro o disco. É simples e bonito de um jeito tão singelo. Numa época de grandes produções, é gostoso ouvir algo tão "pelado" e tão discreto".
Ciente de como funciona a indústria musical dos EUA, a cantora sabe que a indicação trará um diferencial em sua carreira. "Acredito que a participação no Grammy vai trazer visibilidade para este disco e para meus futuros trabalhos. Agora me apresentarão como: "Grammy nominated Brazilian born jazz singer [cantora brasileira de jazz indicada ao Grammy]". Os americanos adoram títulos."


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