São Paulo, sábado, 09 de março de 2002

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Aquino faz de sua obra um caso de polícia

ANA WEISS
DA REDAÇÃO

Ele foi autor de um dos inesquecíveis (e obrigatórios em muitas escolas de 1º grau no Brasil) exemplares da Coleção Vagalume, da editora Ática. É dele "A Turma da Rua 15", de 1989, da série ginasial. "É um livro que vende muito até hoje", diz o escritor Marçal Aquino, que lança "O Invasor" no mês que vem.
Mais conhecido por seus thrillers de ação filmados por Beto Brant, Aquino despontou na literatura brasileira de fato na década de 90, com temas urbanos, muitos deles paulistanos. A violência é um dos motes de sua obra, que conta com títulos de contos, romances, novelas, roteiros de filmes e, o que poucos sabem, poesias.
Mesmo escrevendo para crianças e adolescentes, Aquino buscou nas ruas as intrigas que começam a ser ensaiadas desde cedo pelos seres da cidade. "A rua com o nome 15 existe em quase todas as cidades do Brasil", explica o título. "E as ruas são fonte de histórias em todo o mundo."
Seu primeiro livro foi publicado quase artesanalmente em Campinas, interior paulista: a reunião de poemas "Por Bares Nunca Dantes Naufragados". Edição de autor, foi rodada em 85 por uma editora da cidade, a RG.
A entrada de fato para sua literatura foi com "As Fomes de Setembro", de 91. "Era também para ser um longa-metragem de Beto Brant, mas não chegou a ser filmado", conta. Nesse período teve início a parceria com o cineasta.
No livro, Marçal Aquino deu a formatação que molda sua obra até agora com "O Invasor". Formatação essa que perpassa os festejados "Faroestes", "Amor e Outros Objetos Pontiagudos", "Os Matadores" e "Ação Entre Amigos", que de pesquisa de época também acabou transformado em roteiro de filme.
Esse formato que caracteriza Aquino tem o ritmo das histórias em quadrinhos e de cinema. Mas é principalmente de sua experiência de repórter policial que o escritor tira o tom de sua literatura, que é rápida, violenta e muitas vezes surpreendente, "como é a realidade."


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