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Aquino faz de sua obra um caso de polícia
ANA WEISS
DA REDAÇÃO
Ele foi autor de um dos inesquecíveis (e obrigatórios em muitas
escolas de 1º grau no Brasil)
exemplares da Coleção Vagalume, da editora Ática. É dele "A
Turma da Rua 15", de 1989, da série ginasial. "É um livro que vende
muito até hoje", diz o escritor
Marçal Aquino, que lança "O Invasor" no mês que vem.
Mais conhecido por seus thrillers de ação filmados por Beto
Brant, Aquino despontou na literatura brasileira de fato na década
de 90, com temas urbanos, muitos
deles paulistanos. A violência é
um dos motes de sua obra, que
conta com títulos de contos, romances, novelas, roteiros de filmes e, o que poucos sabem, poesias.
Mesmo escrevendo para crianças e adolescentes, Aquino buscou nas ruas as intrigas que começam a ser ensaiadas desde cedo
pelos seres da cidade. "A rua com
o nome 15 existe em quase todas
as cidades do Brasil", explica o título. "E as ruas são fonte de histórias em todo o mundo."
Seu primeiro livro foi publicado
quase artesanalmente em Campinas, interior paulista: a reunião de
poemas "Por Bares Nunca Dantes
Naufragados". Edição de autor,
foi rodada em 85 por uma editora
da cidade, a RG.
A entrada de fato para sua literatura foi com "As Fomes de Setembro", de 91. "Era também para
ser um longa-metragem de Beto
Brant, mas não chegou a ser filmado", conta. Nesse período teve
início a parceria com o cineasta.
No livro, Marçal Aquino deu a
formatação que molda sua obra
até agora com "O Invasor". Formatação essa que perpassa os festejados "Faroestes", "Amor e Outros Objetos Pontiagudos", "Os
Matadores" e "Ação Entre Amigos", que de pesquisa de época
também acabou transformado
em roteiro de filme.
Esse formato que caracteriza
Aquino tem o ritmo das histórias
em quadrinhos e de cinema. Mas
é principalmente de sua experiência de repórter policial que o escritor tira o tom de sua literatura,
que é rápida, violenta e muitas vezes surpreendente, "como é a realidade."
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