São Paulo, quarta-feira, 09 de março de 2005

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POLÍTICA CULTURAL

Premiação literária integra série de eventos e 160 palestras

CPFL dá à luz prêmio de R$ 90 mil

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O cenário semi-árido dos prêmios literários brasileiros vai ganhar novas luzes em 2005.
A empresa CPFL Energia entregará em dezembro deste ano a primeira edição de seu Prêmio CPFL de Literatura Brasileira, que distribuirá R$ 90 mil, igualmente divididos a autores de livros de prosa, poesia e crítica literária publicados em 2004.
A iniciativa, que coloca o prêmio atrás apenas do Portugal Telecom (R$ 150 mil divididos em três vencedores) e do Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura (R$ 100 mil a um livro só), em termos de investimentos, é apenas um dos itens do extenso programa cultural da empresa de energia, anunciado na noite de segunda, em Campinas (SP).
Pelo terceiro ano, o Espaço Cultural CPFL, que funciona junto à sede da Companhia Paulista de Força e Luz, terá uma programação de debates e eventos culturais com grandes nomes do cenário nacional e alguns convidados estrangeiros de peso. Serão 160 palestras ao longo do ano.
O eixo temático em 2005 é "Novas Identidades - A Vida em Transformação: Conhecimento, Sabedoria e Felicidade". Sob esse guarda-chuva abrigam-se sete "módulos conceituais" e seis "núcleos de expressões artísticas".
Nos blocos conceituais, intelectuais como José Arthur Giannotti e Renato Janine Ribeiro (filosofia), Roberto da Matta (antropologia), Marcio Pochmann (economia) e Jurandir Freire Costa e Contardo Calligaris (psicanálise), colunista da Folha, atuam como curadores. Além de fazerem suas conferências, eles coordenam séries de palestras de outros nomes relevantes de suas áreas.
Assim, Oswaldo Giacoia Jr., responsável pelo tema "Filosofia e Sabedoria", convoca para seu módulo palestras de Marilena Chaui (sobre Espinosa) e Maria Sylvia Carvalho Franco (Epicuro), entre outras. Maria Rita Kehl participa do ciclo de Jurandir Freire Costa, José Miguel Wisnik visita o módulo de Olgária Mattos e o escritor anglo-suíço Alain de Botton deve participar da série "As Novas Ignorâncias", do jornalista e escritor Jorge da Cunha Lima.
Botton não será o único destaque "de fora". Duas estrelas veteranas da sociologia internacional, o francês Alain Tourraine e o espanhol Manuel Castells, estão confirmados para agosto.
Atrações estrangeiras também deverão participar de duas novidades da programação cultural deste ano. Realizada pela primeira vez, a Mostra de Artes Cênicas, de Renato Ferracini, levará todas as terças a Campinas peças nacionais e grupos internacionais, como o do japonês Tadashi Endo.
Estrangeiros também estão no alvo da programação literária. Uma semana com escritores, inspirada na Flip, de Parati, está nos planos de Augusto Rodrigues, diretor da CPFL e idealizador/coordenador de todo o projeto.
Segundo Rodrigues, a empresa investe cerca de R$ 5 milhões/ano (parte com renúncia fiscal) em suas atividades "iluministas", assistidas "in loco" por 70 mil pessoas em 2004 e retransmitidas pela TV Cultura. "O nosso foco é o acesso ao maior público possível. Queremos pegar este alto conhecimento e sistematizá-lo para o leigo", diz Rodrigues.


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