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POLÍTICA CULTURAL
Premiação literária integra série de eventos e 160 palestras
CPFL dá à luz prêmio de R$ 90 mil
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O cenário semi-árido dos prêmios literários brasileiros vai ganhar novas luzes em 2005.
A empresa CPFL Energia entregará em dezembro deste ano a
primeira edição de seu Prêmio
CPFL de Literatura Brasileira, que
distribuirá R$ 90 mil, igualmente
divididos a autores de livros de
prosa, poesia e crítica literária publicados em 2004.
A iniciativa, que coloca o prêmio atrás apenas do Portugal Telecom (R$ 150 mil divididos em
três vencedores) e do Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura (R$ 100 mil a um livro só), em
termos de investimentos, é apenas um dos itens do extenso programa cultural da empresa de
energia, anunciado na noite de segunda, em Campinas (SP).
Pelo terceiro ano, o Espaço Cultural CPFL, que funciona junto à
sede da Companhia Paulista de
Força e Luz, terá uma programação de debates e eventos culturais
com grandes nomes do cenário
nacional e alguns convidados estrangeiros de peso. Serão 160 palestras ao longo do ano.
O eixo temático em 2005 é "Novas Identidades - A Vida em
Transformação: Conhecimento,
Sabedoria e Felicidade". Sob esse
guarda-chuva abrigam-se sete
"módulos conceituais" e seis "núcleos de expressões artísticas".
Nos blocos conceituais, intelectuais como José Arthur Giannotti
e Renato Janine Ribeiro (filosofia), Roberto da Matta (antropologia), Marcio Pochmann (economia) e Jurandir Freire Costa e
Contardo Calligaris (psicanálise),
colunista da Folha, atuam como
curadores. Além de fazerem suas
conferências, eles coordenam séries de palestras de outros nomes
relevantes de suas áreas.
Assim, Oswaldo Giacoia Jr., responsável pelo tema "Filosofia e
Sabedoria", convoca para seu
módulo palestras de Marilena
Chaui (sobre Espinosa) e Maria
Sylvia Carvalho Franco (Epicuro),
entre outras. Maria Rita Kehl participa do ciclo de Jurandir Freire
Costa, José Miguel Wisnik visita o
módulo de Olgária Mattos e o escritor anglo-suíço Alain de Botton
deve participar da série "As Novas
Ignorâncias", do jornalista e escritor Jorge da Cunha Lima.
Botton não será o único destaque "de fora". Duas estrelas veteranas da sociologia internacional,
o francês Alain Tourraine e o espanhol Manuel Castells, estão
confirmados para agosto.
Atrações estrangeiras também
deverão participar de duas novidades da programação cultural
deste ano. Realizada pela primeira vez, a Mostra de Artes Cênicas,
de Renato Ferracini, levará todas
as terças a Campinas peças nacionais e grupos internacionais, como o do japonês Tadashi Endo.
Estrangeiros também estão no
alvo da programação literária.
Uma semana com escritores, inspirada na Flip, de Parati, está nos
planos de Augusto Rodrigues, diretor da CPFL e idealizador/coordenador de todo o projeto.
Segundo Rodrigues, a empresa
investe cerca de R$ 5 milhões/ano
(parte com renúncia fiscal) em
suas atividades "iluministas", assistidas "in loco" por 70 mil pessoas em 2004 e retransmitidas pela TV Cultura. "O nosso foco é o
acesso ao maior público possível.
Queremos pegar este alto conhecimento e sistematizá-lo para o
leigo", diz Rodrigues.
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