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TEATRO
"Acordes Celestinos" estréia com Chachá e Gerson de Abreu
Musical leva Vicente Celestino e Chico Alves à comédia no céu
ERIKA SALLUM
da Reportagem Local
Três dos mais significativos atores cômicos da cena paulistana
voltam a trabalhar em um mesmo
espetáculo, prestando agora uma
homenagem à música brasileira.
Ex-filhos do grupo Ornitorrinco,
dirigido por Cacá Rosset, Ary
França, José Rubens Chachá e Gerson de Abreu estréiam hoje a peça
"Acordes Celestinos".
A montagem, que fica em cartaz
até junho, é uma comédia musical
em que a obra de artistas como Vicente Celestino, Carmem Miranda
e Francisco Alves servem de pano
de fundo para relembrar personalidades da cultura brasileira.
No total, serão mostradas ao público mais de 40 composições, sob
direção musical dos maestros Miguel Briamonte e Abel Rocha.
O enredo foi escrito pelo próprio
Chachá, a partir de uma proposta
de Abreu. Os dois estarão no elenco, respectivamente, nos papéis de
Chico Alves e Vicente Celestino.
Ary França, responsável por interpretações hilariantes no grupo
Ornitorrinco, de "Ubu", desta vez
ocupa somente a função de co-diretor. "Não tenho voz para isso",
afirma, sem ressentimentos. "Ouvi
falar tanto dessa montagem que só
o fato de poder estar aqui e dar um
"help" já é muito."
"Acordes Celestinos" não se baseia na vida de nenhum dos artistas citados. O que importa e será o
foco da peça é o mito que o músico
deixou no inconsciente coletivo.
"Quando decidimos escrever o
texto, descobrimos que a vida do
Vicente Celestino foi muito certinha, casou, amou a mulher e não
bebia, apesar de "O Ébrio'", conta
Chachá, rindo. "Isso não dá espetáculo. Então resolvemos contar a
história de um outro jeito..."
A peça gira em torno da trupe de
circo mambembe Irmãos Brandão, que viajam apresentando "O
Ébrio". Mas o ator que interpretava Celestino foge, e o grupo transforma o que era drama em comédia -e passa a encenar uma peça
ambientada no céu. Ali, Celestino
encontra Carmem Miranda, Chico
Alves e até Tom Jobim.
Compõem ainda o elenco os atores Ângela Dip, Lúcia Barroso,
Paulo Bordhin, Samanta Caracanti
e Maurício Moraes. Além deles,
haverá participações informais de
artistas convidados -já estão
confirmadas as presenças de Tobias da Vai-Vai, Skowa (do Skowa
e a Máfia), Wandi (do Premê) e
André Abujamra.
Apelação
"Nossa música hoje é uma apelação tão grande que essa é uma boa
oportunidade de trazer às pessoas
o trabalho de gente boa como Vicente Celestino", diz Chachá.
Sem contar com nenhum tipo de
patrocínio, apenas com o financiamento parcial do Fundo Nacional
de Cultura -que emprestou à
produção R$ 90 mil, a serem pagos
em dois anos-, o elenco afirma
que "não ficará parado esperando
ajuda dos engravatados de Brasília", nas palavras de Chachá.
"Fazer esse espetáculo hoje, na
raça, apesar de tantas dificuldades,
é como dar um abraço na cidade,
uma prova de amor. Em momentos complicados como este é que se
precisa mais da gente, dos artistas", diz Ary França.
"Acordes Celestinos", como é característica do trabalho tanto de
França como Chachá, vai usar a
platéia como um personagem a
mais. "Será uma interatividade "totosa", não vamos tirar a roupa de
ninguém", brinca Chachá.
Para quem é dirigida a montagem? "Para todo mundo", afirma
França. "De moço a velho, de leigos a especialistas em música."
Peça: Acordes Celestinos
Direção: José Rubens Chachá e Ary França
Com: Gerson de Abreu, José Rubens Chachá,
Ângela Dip, entre outros
Quando: quinta-feira, às 21h, sexta-feira e
sábado, às 21h30, domingo, às 20h. Até o
próximo dia 6 de junho
Onde: teatro Studium (r. Rui Barbosa, 266,
tel. 011/3171-1277, São Paulo, SP)
Quanto: de R$ 15 a R$ 30 (120 min.)
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