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OUTRO LADO
"Não somos somente números", diz presidente da Padre Anchieta
DA REDAÇÃO
O presidente executivo da Fundação Padre Anchieta, Jorge da
Cunha Lima, diz que sugestões da
Booz Allen poderão ser eventualmente acatadas.
"Tenho que respeitar o trabalho. Vou analisar isso tudo, dentro do planejamento estratégico
traçado pelo conselho curador,
mas não como uma coisa vinda
de inspiração divina", afirma.
O estudo da Booz Allen propõe
uma reorganização e cortes de
pessoal e de custos que reduziriam os gastos com jornalismo e
programação, respectivamente,
em 48% e 32%, resultando em
economia de R$ 26 milhões.
Lima, no entanto, afirma que já
foram efetuados cortes de gastos e
demissões no ano passado. "Já foi
feita uma grande economia."
O presidente reclama do caráter
"financista" do dossiê de Julieda
Pereira Paes. "Não somos somente números a serem produzidos e
analisados. Temos conteúdo, e
em nenhum momento esse fato é
analisado no relatório."
Lima contesta o pequeno peso
dado à defasagem tecnológica da
Cultura. "A questão da despesa
passa pela tecnologia. A gente trabalha com mais pessoal por causa
da tecnologia ruim", diz.
Segundo ele, a Cultura precisa
investir R$ 75 milhões em digitalização e em transmissores.
Sobre os gastos com "Galera"
superiores aos da concorrência,
Lima afirma que isso ocorreu devido a experimentações. "Foi a
primeira experiência de pura dramaturgia, de linguagem."
Já o "prejuízo" de R$ 50 milhões
em 2003, diz, é meramente contábil. "Ninguém descobriu dívida
nenhuma. Todas as provisões estavam em notas nos balanços."
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