São Paulo, terça-feira, 09 de junho de 2009

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Crítica/moda

Repaginação faz Fashion Rio perder agitação carioca e ficar mais elitista

DOS ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

Pouca coisa sobrou do antigo Fashion Rio, fora as grifes. Agora sob o comando do grupo InBrands e do empresário Paulo Borges, o mesmo diretor da São Paulo Fashion Week, a semana de moda carioca passou por repaginação total. Para começar, mudou de locação, instalando-se em um belo e funcional conjunto de armazéns reformados do cais do porto. Houve também um incremento da organização, que passou a seguir os padrões rigorosos da SPFW -visíveis na decoração esmerada do ambiente e na forma de gerir a entrada dos desfiles.
A "paulistanização" do Fashion Rio foi tão completa que eliminou até a agitação carioca que marcava o evento -com sua mixórdia de tipos e classes sociais, seu caos cordial. Tudo ficou mais sofisticado e elitista. Mais lunar do que solar. Tanto que os desfiles passaram a ser feitos a partir das 16h -talvez para evitar os suores tropicais.
A frieza se espalhou pela apresentação das grifes nos dois primeiros dias, apesar de se tratar da temporada do verão 2010. A brasilidade, tão presente no Rio, para o bem ou para o mal, virou material escasso.
Uma certa afetação nouveau-riche, quando não "intelectual", chegou a infestar a mentalidade de algumas marcas.
Presas fáceis dos birôs de estilo (que têm a pretensão de indicar "tendências"), as grifes repetiram ideias e formas (profusão de blazers, coletes, transparências e acessórios grandes e em profusão), insistiram em cores iguais e contrastes assemelhados de tons.
A moda praia da Salinas e o desfile da Maria Bonita Extra foram os destaques do primeiro dia. A grife de beachwear foi direto ao ponto com peças descomplicadas e uma bela cartela de cores vivas e intensas, inspirada nas imagens de Almodóvar. Já a Extra voltou a apostar nos seus best-sellers -os vestidos curtos, estampados ou lisos, que desta vez apareceram pontuados por brilhos, transparências e outras bossas.
O segundo dia foi da TNG. Tecidos baratos, praticidade e forte objetividade comercial não foram impedimento para que a grife encontrasse soluções criativas de estilo.


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