São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA ROCK

Obsessão por cores é cantada em rock direto e viajante

THALES DE MENEZES
EDITOR-ASSISTENTE DA REVISTA SÃOPAULO

Na hora de ouvir o novo CD de Ciro Pessoa, ficam de lado o discurso sobre surrealismo & psicodelia e a estética cênica do show que fazem parte desse projeto. O que sobra?
Música direta, enxuta, e letras viajandonas, que mudam de direção a cada verso. A boa banda soa às vezes como um Secos & Molhados mais elétrico. Cria massa sonora, acelerando no rock (na ótima "Minha Mulher Ampulheta" e na popíssima "As Formigas Estão Vendo Tudo") ou deixando só uma linha econômica para acompanhar a voz ("Astrolábio").
Ciro canta a obsessão pelas cores. "Espada laranja", "sapo azul violeta" e muito mais. Transita facilmente do esquisito ("Me deixa loki na sua vulva woodstock") ao palatável ("Esquecer/ de saber/ quem eu sou").
Ciro Pessoa é um figuraça que não segue com a corrente. Demora para lançar um disco e, quando o faz, traz um baita conceito para sustentá-lo. Não é tão Syd Barrett assim, nem tão Dalí. É apenas um artista inquieto, que vale acompanhar.


EM DIA COM A REBELDIA

ARTISTA Ciro Pessoa
GRAVADORA Rosa Celeste
QUANTO R$ 25, em média
AVALIAÇÃO bom




Texto Anterior: Pessoa casa psicodelia e surrealismo
Próximo Texto: Crítica/Erudito: Maria João Pires despe Chopin de sentimentalismo excessivo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.