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Xavier de Oliveira usa conflito como cenário
DA REDAÇÃO
O diretor carioca Xavier de Oliveira, 65, irmão de Denoy de Oliveira (1933-1998), aproveita as comemorações de 70 anos da revolução para lançar "Adágio ao Sol",
seu quinto longa-metragem. "É
uma espécie de reverência aos heróis, já que meu filme tem esse período como pano de fundo. O
conflito foi realmente muito sério,
chegando a haver bombardeios
na cidade", conta o diretor.
Com acervo recolhido em São
Paulo -da Cinemateca Brasileira, do Centro Cultural São Paulo,
do arquivo de Primo Carbonari e
de um museu em Mococa- e do
Rio -Cinemateca do MAM e registros de som no Museu da Imagem e do Som-, o longa reproduz a história de um casal que vive em uma fazenda no interior de
São Paulo. Até que a mulher, mais
culta e jovem que o marido, se
apaixona por um primo em meio
à crise da política cafeicultora.
"As imagens históricas acabaram entrando para compor os
diálogos ou dar mais veracidade
ao que se passa no filme."
Com Cláudio Marzo e Rosanna
Ghessa, o elenco foi definido com
a ajuda do irmão de Oliveira: "Denoy, me deu uma grande ajuda
com os atores", diz. "Sou um
apaixonado por esse momento
histórico, que considero não ter a
reverência que merecia. É uma
época crucial para que fosse feita a
Constituição de 34. Meu filme
vem retratar a inquietude que então reinava nas pessoas."
Entre os dias 14 e 21, a cidade de
Mococa (a 174 km ao norte da cidade de São Paulo), exibe o filme
de Oliveira em mostra dedicada
ao cinema nacional.
Ao todo, foram cerca de oito
meses para finalizar a produção,
ao custo de R$ 1,2 milhão, segundo calcula o diretor.
"Este filme está dentro da minha linha de trabalho. É simples,
sem complicação nem vulgaridade. Mostro gente comum enfrentando as condições que a vida impõe, com suas expectativas e sofrimentos", finaliza. (LVR)
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