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ARTE SACRA
Igreja N. Sra. da Paz procura patrocínio
especial para a Folha
A Igreja de Nossa Senhora da
Paz, na baixada do Glicério, festeja
hoje o dia de sua padroeira e 58
anos de existência com um pedido
à comunidade paulistana.
A paróquia quer restaurar parte
de seu patrimônio artístico, que
inclui pinturas em afresco, esculturas e peças de culto e decoração.
Para conseguir recursos para o
trabalho, a igreja precisa de patrocínio.
A parte mais afetada do acervo
são os afrescos pintados pelo artista ítalo-brasileiro Fúlvio Pennacchi (1905-1992).
Essas pinturas representam o
melhor da obra de Pennacchi.
Também necessitam de reparos
algumas das seis estátuas de autoria de Galileo Emendabili, que decoram a igreja.
Para avaliar e restaurar as obras,
o pároco Giuseppe Portolato convocou a especialista Nilva Calixto,
responsável pela restauração do
acervo do mosteiro do largo de
São Bento.
Segundo a restauradora, a situação não chega a ser grave. "Mas a
alteração da coloração provocada
pela umidade pode evoluir de forma imprevisível. É preciso reverter a situação."
No altar-mor, uma grande rachadura interrompe a sequência
horizontal que representa a natividade de Maria.
A imagem franciscana, de Fúlvio
Pennacchi, é uma das mais danificadas, assim como as 14 estações
da Via Sacra em terracota pintada,
também de sua autoria. Uma delas
foi roubada e várias estão quebradas.
Com o escultor Emendabili,
Pennachi colaborou em castiçais
de prata, madeira e bronze. Várias
dessas peças foram roubadas.
"Esta igreja é uma obra de arte
na intenção daqueles que a fizeram", afirma o padre Portolato,
referindo-se aos artistas plásticos e
ao arquiteto Leopoldo Pettini, que
trabalhou sob influência do estilo
"EUR" (Exposição Universal de
Roma, de 1932, incentivada por
Mussollini), embora prefira-se a
classificação "romântico primitivo".
Até hoje não foram permitidas
intervenções nas obras de arte,
com exceção de um retoque no
afresco "Anunciação a Maria",
que deverá ser retrabalhado.
A igreja possui ainda dois outros
murais notáveis de Pennacchi,
longe da vista dos visitantes: uma
"Última Ceia" à maneira de Leonardo, no refeitório dos religiosos,
e uma cena que representa o bispo
italiano Scalabrini em visita a fazendas do interior de São Paulo,
no início deste século. (Alvaro
Machado)
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