São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2001 |
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TEATRO Peça "Mais-Que-Imperfeito", sobre casal em crise, estréia hoje em SP Paiva retrata vicissitudes da moderna vida a dois
VALMIR SANTOS ONTEM E HOJE - "O título refere-se às escolhas erradas feitas no
passado. Kito chega a um ponto
da vida em que revê sua história e
se pergunta por que não casou
com aquela da adolescência.
Acredito que todas as noites, antes de dormir, as pessoas se perguntam como teriam sido suas vidas se, no passado, tivessem seguido um outro caminho. Nossa
história é um labirinto. Tenho um
amigo que usava dados para decidir o que fazer. As relações estão à
prova todos os dias. Elas se distanciam e se aproximam. É só
perguntar aos dentistas, professores de tênis e secretárias." QUEIJO E GOIABADA - "Kito e Aline vivem num mundo menos romantizado, mais prático, realista.
Sempre me pergunto: será que, se
Romeu e Julieta tivessem sobrevivido, o casamento deles teria dado certo? Não haveria o dia em
que Julieta iria para cama cedo
com enxaqueca e que Romeu chegaria tarde bêbado porque ficou
esgrimando com os amigos? Ele
aguentaria aquele ar sonso de Julieta na velhice? Kito e Aline vivem como pessoas normais. Ele
detesta o cheiro de cigarro da boca dela, e ela, no fundo, o acha
meio feminino demais. É o típico
casal que broxa, briga por causa
do forro do sofá e diverge quanto
a ir a um filme iraniano." EDMUNDO E CHICO - "Não faço
nenhum estudo empírico sobre as
mulheres. Ouço por aí reclamações. As mulheres dizem uma coisa, mas parecem querer outra.
Elas dizem que querem romantismo, dedicação, carinho, mas detestam homens muito dedicados,
femininos, sensíveis. Elas gostam
de uma síntese entre Edmundo e
Chico Buarque. No fundo, os homens não devem dar tanto ouvidos às mulheres. Elas gostam da
gente. É que gostam, também, de
reclamar. Uma mulher passa a vida tentando mudar um marido.
Quando ele muda, ela fica sem a
sua luta e parte para outra, como
um Exército sem guerra." MAIS-QUE-IMPERFEITO - De: Marcelo Rubens Paiva. Direção: Rafael Ponzi. Com: Ingra Liberato. Onde: teatro Augusta (r. Augusta, 943, tel. 0/ xx/11/ 3151-4141). Quando: sex., às 21h30; sáb., às 20h e 22h30; dom., às 19h. Até 30/9. Quanto: R$ 30 e R$ 35 (sáb.). Texto Anterior: Contardo Calligaris: Recessão para a molecada Próximo Texto: "Trainspotting" busca síntese curta e grossa Índice |
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