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Audiência da TV paga se recupera e cresce
Após cair de 2006 a 2008, público sobe
42% em um ano; consumo fica estagnado
Histórico do serviço teve início tumultuado e muitas tentativas frustradas; a grande maioria ainda paga TV para ver canais abertos
Daryan Dornelles/Folha Imagem
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O consultor de negócios André Moura, 29, acompanha TV paga desde os 12. Sua primeira operadora, em 1992, foi a TVA, no Rio. "Eram só cinco canais", lembra. Hoje ele também faz download pela web
DA REPORTAGEM LOCAL
A audiência dos canais pagos
voltou a crescer no último ano.
Entre meados de 2006 e de
2008, enquanto a base de assinantes aumentava a taxas de
15%, o público dos canais caiu.
Voltou ao patamar de 2005.
Em junho do ano passado, os
canais eram vistos por 243 mil
pessoas por minuto, na média
das 24 horas do dia, nas oito regiões metropolitanas em que o
Ibope mede a audiência. Em junho passado, o público saltou
para 344 mil, uma alta de 42%.
Segundo Alberto Pecegueiro,
diretor-geral da Globosat, a
queda de audiência entre 2006
e 2008 coincide com a digitalização das operadoras de cabo.
Quando o serviço era analógico,
era comum uma família pagar
pelo ponto da sala de estar, por
exemplo, e ter pontos extras piratas em dois quartos. Com a
nova tecnologia, isso ficou inviável. Com menos pontos extras, a audiência retraiu.
O consumo de TV paga, no
entanto, está no mesmo patamar de 2005. Em média, o telespectador fica 2 horas e 10
minutos diante dos canais por
assinatura. Sinal de que a atratividade da TV não cresceu, ao
contrário da web -cujo consumo subiu de 48 minutos, em
2003, para 1 hora e 18 minutos.
Muitos assinantes pagam para ver TV aberta. Mais de 67%
da audiência vai para emissoras
como Globo e Record; só 27% é
de canais pagos, principalmente os infantis e de esportes, como indica o quadro ao lado.
Portaria definiu início
O marco escolhido para a celebração das duas décadas é, na
verdade, arbitrário. A Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) escolheu 1989,
quando foi baixada a portaria
que regulamentou o setor.
Nessa época, as primeiras
operadoras ofereciam pacotes
com poucos canais, como CNN
e ESPN, que não eram 24 horas,
e usavam frequências codificadas de UHF e de microondas.
O começo foi duro para o telespectador, que lidava com
conteúdo estrangeiro, às vezes
sem legenda. Algo que até hoje
ainda se repete na programação de alguns canais.
Em 1997, com Sky e DirecTV,
as operadoras aumentaram a
oferta, o que impulsionou a base de assinantes. Mas a expansão da cobertura geográfica hoje ainda é muito aquém da imaginada no início, bem diferente
da presença da internet, em todos os municípios do país.
Outro problema que vem
afugentando os consumidores
é a demora na chegada de programas de sucesso nos EUA e
que estão mais à mão na internet. Paulo Castro, do Terra, diz
que vai ser cada vez mais difícil
construir uma superaudiência
simultânea que não aconteça
numa transmissão ao vivo, como uma final de Copa do Mundo. "A fragmentação é grande.
Se houver mais oportunidades
para ver um programa, haverá
mais público agregado. O modelo de exibição única é falido."
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