São Paulo, quinta-feira, 09 de setembro de 2010

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Brasileiros levam dança da periferia à França

Dois grupos do RJ e um de MG vão à 14ª Bienal de Lyon, que começa hoje

Para o curador, Guy Darmet, brasileiros "têm prazer de dançar que não existe nas companhias europeias"

AMANDA QUEIRÓS
DE SÃO PAULO

A 14ª edição da Bienal de Dança de Lyon, que começa hoje, faz um recorte peculiar da dança do Brasil. Dos três grupos que representarão o país na França, dois são formados por bailarinos oriundos de comunidades pobres.
São eles o Projeto Social do Centro de Movimento Deborah Colker (RJ) e a Cia. Balé de Rua (MG). O outro grupo é a Focus Cia. de Dança (RJ).
O primeiro, com bailarinos dos morros cariocas, leva a Lyon três obras de dança contemporânea. O segundo, saído da periferia de Uberlândia, faz um mix de dança de rua com ritmos africanos.
Estreando no exterior, os 13 jovens do Projeto Social buscam projeção. O projeto tem fim em dezembro e esta é a chance de eles conquistarem lugar fixo em alguma companhia. "Esperamos que curadores de outros festivais os chamem", afirma o coordenador Miguel Colker.
A expectativa tem precedentes. Em 2002, após se apresentar na Bienal, a Cia. Balé de Rua estourou no exterior. Em 2008, fez temporada de três meses, em Paris.
Este ano, é a atração que fecha o evento, em 9/10. "Lutamos e conquistamos respeito", afirma um dos diretores, Fernando Narduchi.
Mas, afinal, o que faz esses grupos se destacarem tanto na Europa? "Um prazer de dançar que não existe em toda companhia europeia", responde Guy Darmet, curador da Bienal. "[O Projeto Social] não tem o nível técnico de um Grupo Corpo, mas nós o vemos mais com o coração do que com os olhos", diz.
A Bienal -que em 1996 teve o Brasil como tema- reúne 40 grupos de 17 países numa salada de gêneros. Destacam-se a alemã Wuppertal Tanztheater, de Pina Bausch (1940-2009), o russo Ballet Bolshoi e a americana Trisha Brown Dance Company.


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