São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2000

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Iniciativa causa controvérsia

DA REPORTAGEM LOCAL

Milú Villela, presidente do MAM, acha que a extensão a shoppings ou áreas internas de empresas não afeta a imagem do museu. "Ao contrário. Favorecemos a dessacralização do acesso a obras de arte, aumentando ainda o acervo do museu. Criamos uma política de administração."
Partilha da mesma opinião Lélia Coelho Frota, diretora do Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro. "É extraordinário tornar museus mais democráticos."
A crítica de arte Aracy Amaral, integrante da comissão de arte do MAM, pondera a situação. "Será que isso criaria um hábito de levar pessoas aos museus? Em que medida isso vai funcionar?" Segundo ela, a estratégia fica entre o consumismo e o entretenimento.
Quanto à ida do Masp ao centro da cidade, Aracy diz: "É mais fácil construir que dinamizar. O centro velho foi superado por outros centros. Será que pode ser recuperável?".
Ivo Mesquita, crítico de arte, afirma que é estranho ter museu dentro de shopping center, mas trata-se de uma estratégia de marketing. "É uma tendência."
Ele cita as lojas do Metropolitan, de Nova York, que chegam a movimentar, por ano, US$ 100 milhões. "Os museus tornaram-se parte do imaginário das pessoas e da economia." Mas indaga: "Com que base estão sendo feitas essas expansões e com quais objetivos?". José Teixeira Coelho Netto, diretor do MAC, não quis comentar a iniciativa do MAM. Mas diz que nunca pensou em fragmentar o museu. (FC)


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